Crônicas Olímpicas

Esporte, Literatura e Paixão

UM PROJETO COLABORATIVO PARA RESGATAR UM GÊNERO LITERÁRIO GENUINAMENTE BRASILEIRO.

Jogos da XXXII Olimpíada

Jogos Olímpicos de Verão - Tóquio 2020

Cumprida mais uma etapa de aprendizado

E acabou mais uma edição dos Jogos Paralímpicos, essa de Tóquio, em que o Brasil bateu recordes sobre recordes, fez sua melhor apresentação, ficou em sétimo lugar, ultrapassou as 100 medalhas de ouro, superou-se a si mesmo e todos os percalços possíveis. Quatro anos atrás, estava eu no Rio de Janeiro cobrindo os jogos passados quando recebi a notícia da

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É cem!

De repente cem medalhas. Sem nenhuma pretensão, sem muitas delongas, sem falsa modéstia, sem qualquer forma de tapetão. São cem medalhas douradas conquistadas ao longo dos jogos paralímpicos, e que cuja marca foi alcançada agora, em Tóquio, por sinal a edição com a melhor participação da história do Brasil, com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes. Nossos atletas paralímpicos

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SINS E NÃOS

Aí a pessoa é cega e joga futebol, e não tem os braços e nada em alta velocidade, e tem uma prótese e voa baixo, pelas faixas da pista. Não, não é superação. É talento, é escolha, é caminho decidido a cada dia, como o de qualquer um de nós. Nas bilhões de pessoas que existem no planeta, as deficiências

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Em primeiro lugar os outros, depois ele, o campeão

A 100ª medalha de ouro do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos veio com o recorde mundial no atletismo, nos 1.500 metros (classe T11, cegos). Disparado. O autor do feito histórico, o atleta Yeltsin Francisco Ortega Jacques, nasceu com baixa visão (0,5%), em Campo Grande (MS), em 1991. Todo mundo viu pela televisão ele e seu inseparável atleta-guia Carlos Antônio

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Qual é o laço que nos liga?

Um laço, feito com uma fita. Um laço, afeto que nos liga. Elos de ligação, abraço, o entrelaçar-se dos corpos. Quando criança, as tranças do meu cabelo eram feitas com fitas, muitas delas e de toda as cores, e que com um laço minha mãe dava o toque final ao acabamento. Doía a puxada no cabelo para que o resultado

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Porque não é sobre superação, mas pertencimento

Segunda-feira, eu começo a dieta. Na terça-feira, eu paro de fumar. Já na quarta-feira, eu me matriculo na academia. E na quinta-feira, eu inicio o curso de inglês. No dia seguinte, sexta-feira, eu troco a pilha do relógio. No sábado, eu levo o secador para arrumar. E no domingo, eu me arrependo por não ter conseguido cumprir as metas da

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Resultados de uma “década”

Esta aí da foto é a Silvânia Costa, a sul-mato-grossense que levou uma medalha de ouro hoje no salto em distância para cegos, saltando 5 metros. Não é fichinha, não é abobrinha. É alto desempenho. Veterana em conquistas, Silvânia ajudou o Brasil a subir mais alto no quadro de medalhas e mostrar a sua força. Mas não é apenas a

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Nosso paradoxo paralímpico

Já dá para acreditar que o Brasil seja uma potência nos esportes paralímpicos. Hoje, sexta feira, 27 de agosto de 2021, estamos em sexto no ranking de Tóquio 2020 e tudo indica que a penca de medalhas tenda a aumentar. Que seja assim. Nossos atletas paralímpicos são admiráveis em superar o destino, os revezes da vida e em esbanjar uma

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Para tudo!

Para tudo! Para ver. Para apreciar. Para assistir. Para sofrer. Para chorar. Para solidarizar-se. Para torcer. Para não dormir. Para entusiasmar-se. Para encantar-se. Para vibrar. Para vislumbrar. Para implorar. Para rezar. Para cantar. Para registrar. Para curtir. Para compartilhar. Para postar. Para vivenciar. Para ouvir. Para ler. Para mim, um texto. Para você, uma leitura. Para a imprensa, registros. Para

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Superação ou treino?

Li recentemente uma matéria do El País Brasil, sobre a atleta e medalhista paralímpica Verônica Hipólito, falando das postagens dela em redes sociais a respeito dos clichês e termos preconceituosos utilizados pelas pessoas, ao comentarem sobre o desempenho de um atleta nas paralímpiadas. “Não é superação, é treino”, escreveu. Entendo o que ela quis dizer com isso, porque muitas vezes

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DORES LOMBARES E INSPIRAÇÃO

Estou aqui, depois de voltar à prática de atividades físicas agora que as temperaturas estão mais amenas, já sofrendo com dores lombares, e também no pescoço e nas pernas. Sou um ser fragilizado diante do primeiro desafio: manter uma semana de exercícios, alternando a esteira com caminhadas pelas estradinhas da região serrana. Semana ainda pela metade, eu já me sinto

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Braçadas de campeões

Os Jogos Paralímpicos começaram e o Brasil chegou chegando. Desculpem-me, mas como cobri a edição brasileira, em 2016, vou voltar a ela muitas vezes aqui, pois foi uma das coberturas mais marcantes da minha vida de jornalista. Fiquei uma semana no Rio, atravessando diariamente a linda capital fluminense até a Cidade Olímpica pra invariavelmente me emocionar. E um dos motivos

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Danieles e Ademires

Apesar de gostar de esportes e vibrar com as competições, eu nunca fui muito bem na prática. Fugia das aulas de educação física na escola e jogava muito mal o vôlei com o pessoal da rua, só pra me enturmar. Andar de bicicleta aprendi, mas peguei trauma de trânsito depois de ser “atropelada” por um ônibus. Como nadadora, uma decepção,

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O CORPO PARALÍMPICO E A ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA

Na crônica “Os Jogos, os Corpos”, supus que as Paralimpíadas pudessem ser o espaço de corpos que talvez criassem linhas de fuga no tocante ao bipoder olimpiano. Mas essas linhas de fuga são produtos de uma tensão. O bipoder, com seu crescente apelo ao estilo de vida “ativo” e saudável, também atinge a órbita da vida das pessoas doentes ou

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Dois ouros, nas alturas.

Foi uma festa. A alegria foi tamanha que Tamberi, italiano que disputava o Salto em Altura, se jogou na pista e rolou e cambalhotou e mostrou todos os dentes numa gargalhada contagiante. A ideia de dividir o ouro foi de Barshim, um tímido e meio sorridente atleta do Catar, nós dois merecíamos, ele disse, e como!, eu afirmo, mas já

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Dos lances que são bolas fora

Nem todo lance é digno de comemoração. E nem adianta discutir, tem bola que não entra. Digo da bola fora provocada pelos meninos do futebol que subiram ao pódio em Tóquio 2020 gritando um dos protestos mais nada a ver da história dos Jogos Olímpicos. Não, nada como Jesse Owens versus Hitler na Berlim de 1936, nada como Tommie Smith

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Dourado, a cor do pecado

Ela acordou naquele dia com a certeza de que encontraria alguém que a merecesse. Vestiu-se com um longo dourado, que a deixou exuberante. Queria alguém que pudesse carregá-la, amorosamente, para sempre. Ele sonhava com alguém como ela, ao seu modo, desde criança, no início timidamente, mas na vida que segue, sobretudo nos últimos quatro anos, ardorosamente. Esteve na companhia de

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Medalha para o Japão

Um dia depois do encerramento da Tóquio 2020, já sinto saudades das emoções experimentadas, da expectativa do início, da maratonagem nas madrugadas, das torcidas pelos atletas brasileiros, da admiração provocada por estrangeiros que se destacaram. Foi, sem dúvida, uma olimpíada única, especial, diferente de todas as outras, repleta de feitos e acontecimentos incríveis. Como sou uma jornalista cinquentona e os

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O que também esteve em jogo nos Jogos

Desconfio que todo mundo que já se debruçou um pouco em estudar sobre o fenômeno esporte, principalmente no ambiente acadêmico, ouviu a expressão: que ‘o esporte não é bom ou mau, mas será sempre aquilo que fizermos dele. Ou então: o esporte pode formar tanto patifes quanto homens virtuosos. Essas paráfrases advém das formulações teóricas do francês Pierre Bourdieu, um

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Nas Paralelas

Nas paralelas Eles se superam, batem recordes e vivem momentos de pura adrenalina. Nas “paralelas” das Olimpíadas oficiais, são outros profissionais que merecem o pódio. Como não ficar de boca aberta com aquele pessoal que se coloca no meio da pista de arremesso de martelo, sem capacete, para conferir as marcas dos atletas? Eu não me atreveria nem a assistir

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até Paris….

que cool o encerramento , cool e antenado novos tempos : adorei ´o soprano´ kitsch-cult cantando hino olímpico e o astronauta francês anunciando Paris 2024 com saxofone tendo pano de fundo ´skyline´ dos astros e nossa problemática Terra lá embaixo esperando relatórios dramáticos sobre o clima! ó Deus que delícias de dias sem lembrar derretimento de geleiras mesmo que com

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Huxley nos defenda….

imaginar que um programa aplicativo o que seja de aparato de inteligência artificial capaz de compor um poema ? os exoesqueletos e os carros sem ´chauffeur´ ( sou do tempo desse termo pedante ) já estão pelas beiradas mãos biônicas os hologramas onipresentes mas inegável que a ´maneirice´ das dos atletas todas todos todes brasileiros ( qual neutro de gentilícios

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Navegar é preciso

O biógrafo Plutarco, no século II, escreveu que Pompeu, o Grande (Cnaeus Pompeius Magnus – Século I a.C), dizia aos marinheiros acuados diante de uma tempestade: “Navigare necesse est; vivere non est necesse”. Muito depois veio Fernando Pessoa e seus poemas em língua derivada, querendo para si o espírito da frase que hoje uso como título. Ao mesmo tempo em

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FAIRY PLAY

Boxe. Veja só. Uma atividade que me dá nos nervos. Cada pancada daquelas e parece que o choque é no meu corpo. No nocaute, então, a contagem decrescente vai aumentando a gastura no meu estômago. Semicerro as pálpebras, retorço a boca, aperto os dentes. Sinto dores pelo olhar. Mas eis que fecho essa série de crônicas falando justamente sobre essa

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A BÊNÇÃO, BAHIA !

A Bahia tem tudo a ver com OURO. Talvez resquício do garimpo do ciclo do século XVIII, que unia Bahia a Minas através da chamada Estrada Real. Tanto naquela época como agora, as ricas pepitas brotam do solo fértil, transformadas em atletas olímpicos. Homens e mulheres que surgiram da terra bruta e abençoada e foram garimpar, no outro lado do

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Chorar e agradecer

Para quem conquista medalhas, Olimpíadas são o tempo das alegrias. Para aquelas (es) que não sobem ao pódio, é o tempo de receber e prestar honras por terem, apenas, participado. Elas (eles) levam para casa a nobre atitude que, a cada quatro anos, ecoa como reafirmação do espírito dos jogos. Há duas imagens síntese desse espírito que foram repetidas inúmeras

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O importante mesmo é vencer.

O que define uma derrota ou uma vitória?             Minutos, segundos, centésimos?  Metros, centímetros, milímetros?             Pode apenas uma fração determinar o sucesso e o fracasso? Não em uma Olimpíada. A conquista, para esses atletas, é muito maior.             A competição não começou no dia 23 nem terminou no dia 08. Eles venceram a dor, driblaram o cansaço,

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Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais

Uma das coisas mais legais que ouvi nestes Jogos Olímpicos foi a Pia, técnica do futebol feminino, tocando e cantando “Tu vens”, do Alceu Valença, música que aprendeu no convívio com nossas atletas, com os brasileiros que desconhecia. Que mulher incrível, essa Pia! E ainda tem gente que pensa que lugar de mulher é na pia, na outra, a da

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Tentando entender o que passou

E os Jogos passaram como a canoa de Isaquias. Acabou-se o que era doce. Foi rápido, bonito, encantador, sublime, emocionante. Nas noites insones, sonhamos juntos os sonhos dos que suaram, choraram pela vitória ou pela derrota ou simplesmente por estarem ali, vivendo o improvável de uma Olimpíada que lutou para existir e bem fez por merecer existir. E agora, ao

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Ah, nossos terrenos baldios…

E mais um Jogos Olímpicos estão chegando ao fim. Tokio 2020 vai deixar saudades. Olimpíada que tivemos que esperar por um ano a mais, sem ter muito a certeza que chegaria mesmo em 2021. A pandemia presente. Protocolos. Muitos protocolos, poucas vacinas. Lá no Japão.! Quem diria? Dizem que o japonês é desconfiado, deve ser verdade. Estive lá no final

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Medalha de ouro para Jonne

Imagina estar em casa, nadando por águas calmas, e de repente ter seu aquático mundo invadido. E que diferente do morador, as estranhas invasoras usam pés e mãos para nadar? Sabemos que numa Olimpíada o foco são os atletas, aqueles que competem em modalidades esportivas, mas se fosse possível uma licença não poética mas artística nessa edição, Tóquio deveria conceder

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Dani-se!

Quando você foi bater o escanteio e o cara te jogou uma banana, pensei: “mais um caso emblemático de preconceito racial !” De fato, foi! Mas você, porque bem resolvido, porque arretado, porque baiano, porque lúdico, saboreou a fruta. Porra, sério? Você cagou para o eurocentrismo, para a ideia de subjugação, noves fora. Cara, que amor próprio! É como se

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O sigilo da ostarina

Eu não entendi nada, você entendeu? Digo da tal da ostarina no corpo da menina. Tandara. Mas, mulher, como assim? Acidental? Foi o que eu ouvi, lendo a única defesa escrita, o resto é sigilo, é coisa que corre em segredo, que pode ser fatal. E nós? Estamos aí cara a cara com o não dito. Milito: até parece aquele

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A hora da garota dourada

Acordei neste sábado e liguei a TV precisamente no 81º minuto da partida Brasil x Espanha, em Tóquio. Menos mal. E logo partimos para a prorrogação, quando Malcon disparou à frente feito um antílope negro e meteu o gol da vitória. Estranhamente, não ouvi foguetório nem torcedores ululando nas sacadas deste condomínio, mas os patriotas já podem ufanar-se da medalha

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Axé , Axé Paulinho

damos voltas e voltas e eis a final do futebol brasileiro nos momentos derradeiros duma Olimpíada , o bom e velho desporto bretão e nós que cultivamos tanto mudança e diversidade nos deparamos num sábado dia de ir a feira, praia e/ ou boteco com um Brasil contra Espanha está certo que oito horas da matina horário tropical brazuca e

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Tricotando

não em definitivo essa não foi a Olímpiada da meritocracia, foi do esforço despojado: nada menos neoliberal que a babaquice da exclusão competitiva, da lacração de alteridades, do cancelamento ortodoxo : nem falo em Olímpiada porque foram plurais Jogos Olímpicos : deu prá todos e as tribos todas emergiram em pluralidades: os ´hipster´ fizeram a festa nesses tempos tranZmodernos mundo

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Síndrome de Abstinência ou do Gay Cult

alguma atmosfera de despedida,  antecipação de síndrome de abstinência , o público diz que já deu de tanta interrupção da telenovela ( coisa de velho ? ) , dos bastidores da CPI, do reality show gastronômico ( comida engoliu a literatura em relevância ) , os hábitos extemporâneos do maridão acordando na madrugada para assistir vôlei feminino, vicissitudes de quatro

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Mar aberto

Ana Marcela nome composto porque a maratona é múltipla e tem cara de olímpiada mesmo porque sem aparato no elemento natural no ´´ mar belo mar selvagem das nossas praias solitárias ´´ como nos poemas de Vicente de Carvalho ( poeta parnasiano quem de lembrar há ?) eu também nascido diante o mar híbrido meio santista meio sampauleiro sonho com

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AFiNAL, TEMOS OU NÃO UM CANDIDATO QUE NÃO ENTREGUE O OURO PRO BANDIDO?

E AGORA, JOSÉ. O que você quer para o Brasil: OURO OU OUROLATA? O esporte deixa claro quais as qualidades que um candidato requer para chegar lá. Muito preparo, muito treino, esforço, seriedade, dedicação, e, principalmente, um alto nível de comprometimento para vencer. Até agora, nas Olimpíadas, conquistamos 12 medalhas. 6 DE OURO. Ana Marcela, mostrou que nem sempre o

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Nanocrônica

Foram longos anos de guerra. Os vermelhos contra os verde-amarelos. Depois de tantas agressões ficaram todos roxos. E, apesar de levantarem a bandeira branca, a economia do país nunca mais voltou a ficar no azul. Já a Seleção, apesar de verde-amarela, sempre deixou todos rubros de orgulho.

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Você já foi à Bahia, nego? Não? Então vá

O que é que a Bahia tem, o que é que a Bahia tem… Tem Dani, de ouro, tem. Tem Hebert de ouro, tem. Isaquias de ouro, tem. Ana Marcela de ouro, tem. Formiga e Rafaelle tem. Tem Bia Ferreira, tem! O que é que a Bahia tem? Tem preconceito adoidado, tem. Tem fama de preguiça, tem. Incomoda como ninguém!

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xerequeerização

Apesar da biopolítica atuante em competições esportivas de grandes proporções com atletas de alto rendimento, compactuada com narrativas heroicas heteronormativas que geralmente assumem o podium do imaginário atlético, há uma quantidade bastante considerável de competidores LGBTQIA+ nas Olímpiadas de Verão de Tóquio, somando, segundo levantamento do site OutSports, pelo menos 168 pessoas, tornando os jogos de 2020 mais diversos, batendo

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Mano-obras!

Mano-obras! No meu passado muito distante, as minhas tentativas em cima de um par de patins foram deveras desastrosas. Muitas informações que não se encaixavam: equilibrar-se, curvar o tronco levemente para frente, flexionar um pouco os joelhos, arriscar um primeiro passo, no caso o direito, dar um impulso, e rapidamente trazer junto o pé esquerdo, para então deslizar sobre o

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Aos MIMIZENTOS o Recado.

Espichado no sofá me deparo com a cena: um jogador da seleção brasileira de vôlei, durante a maior competição esportiva do mundo – as olímpiadas – jogando de MÁSCARA!!! É amigos -como diria ufano narrador – foi algo que vi com perplexidade. Explico: num país onde o Presidente ligou o foda-se para as recomendações sanitárias e parte da população brasileira

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Leitura labial

A seleção feminina de vôlei do Brasil entrou na Arena de Ariake, na capital do Japão, para enfrentar a seleção do ROC. Quem está acompanhando as Olimpíadas de Tóquio provavelmente já se deparou com essa sigla nada familiar. Essa abreviação designa o Russian Olympic Committee (Comitê Olímpico Russo em inglês). (Cabe aqui um breve parênteses: em 2019, a Agência Mundial

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Cheiro de atleta

O SporTv apresenta um programa diário antes de começar as transmissões do dia (noite aqui) dos jogos do Japão: “Ohayo Tóquio” (Bom dia, Tóquio). É comandado pelo jornalista Marcelo Barreto e pelo treinador Bernardinho, com participações de um time de comentaristas para cada modalidade, geralmente ex-atletas. No dia da prova de revezamento dos 4 x 100 metros do atletismo, um

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Olimpíadas – uma crônica com bom-senso

Costumo ver a abertura dos jogos olímpicos, as delegações como se apresentam, algumas com um número absurdo de atletas, outras com um atleta só. Antes, usavam conjuntos esportivos que chamávamos de abrigo; hoje usam ternos impecáveis ou túnicas, batas e turbantes, chapéus, camisas floridas ou o que represente o traje típico de cada país. Desfilam carregando, junto com a bandeira,

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O SKATISMO COMO EXPERIÊNCIA DO COMUM

Em minha crônica “Gentes do Mundo”, desejei que a utopia conciliadora totalizante (não totalitária) das Olimpíadas ao menos idealizasse criticamente o esboço do comum, dos comuns. É possível que o skatismo seja esse esboço ou tenha se apresentado, ao menos, como esse esboço. Um dos princípios de atuação e vivência skater é a camaradagem. Aqui a noção de camarada não

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O que, afinal, combinamos com os russos?

Madrugada aqui no Brasil, qualquer horário lá na Rússia que não me importa qual, porque havíamos combinado com os russos de que nos encontraríamos em quadra em Tóquio, mas no horário japonês. Combinamos, também, com os russos que entraríamos com o nosso time dourado, iniciando a partida com Bruninho, Wallace, Leal, Lucão, Lucarelli, Mauricio e o líbero Thales, mas que

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Na expectativa dos Jogos Paralímpicos

Enquanto aguardamos as finais do futebol masculino, da Bia e do Hebert no boxe, todos três candidatíssimos a dourar essa espetacular trajetória da nossa delegação, leio que os atletas paralímpicos começam a chegar a Tóquio. Fiquemos apenas na expectativa desses três e curtamos os últimos dias dos Jogos sem pensar em medalha, pois nas demais modalidades, não sei, não. Da

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DUAS MEDALHAS, UMA DE BRONZE E UMA DE PRATA.

Chato é essa dor nas costas. Estranhei a cama do hotel. Bebida gratuita no avião, jantar de bacana no quarto e o resultado: uma noite mal dormida. Tudo isso eu estou enfrentando atleticamente. Não poderia ser diferente, né? Medalhista olímpico como velocista, no 4×100 metros. Uma de bronze, uma de prata. Por isso estou aqui. Fui convidado para falar na

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O sol brilha como o sorriso inocente de Rayssa Leal

As nuvens cinzas se espalham pelo Globo; a desesperança nos empurra ladeira abaixo; a fé parece algo distante, ópio de poucos; o medo torna-se banal, cotidiano, ingerimos no almoço, com arroz e feijão; os cadáveres sussurram palavras distantes, linguagem fragmentada, estatísticas que fingimos escutar. Em outro mundo, os pássaros regozijam-se entre a música Clássica e o Baile de Favela de

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O que Karen Janz botou na mesa

A tsunami de emoções que vem do Japão direto para nossas madrugadas traz na espuma alguns objetos interessantes de razão e reflexão. É nítido que os Jogos estão revelando mudanças de comportamento, ora dentro de sua própria estrutura olímpica, ora com efeitos na evolução da humanidade. Há quebras de recordes e paradigmas. Reparem as modalidades estreantes. O surf e o

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Os cara é grande mas nós é ruim

Antes que me crucifiquem por assassinato da língua portuguesa, esclareço: tomo de empréstimo a fala de uma personagem do filme Meu nome não é Johnny, Mário Lima (2008). A ideia veio do nadador Bruno Fratus que a repetiu, com muito humor, para não se abater diante dos que citavam os seus 1,87m de altura como dificultador para bons resultados olímpicos

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MÍNIMA PSICANÁLISE OLÍMPICA

Com a dita polarização de opiniões (geralmente isentas da preocupação com alguma argumentação cerrada) no espaço público brasileiro, não poderia ser diferente no caso da participação de nossos atletas olímpicos, que sempre sofreram com o fato de terem de enfrentar os riscos radicais de serem glorificados ou amaldiçoados do dia para a noite perante uma vitória ou uma derrota. Em

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Marta, Rebeca e outras guerreiras

     Nunca fui particularmente afeiçoado a qualquer modalidade de esporte quando criança. Talvez a natação, vigorosamente praticada por Johnny Weissmuller nos filmes de Tarzan. Ou a esgrima, por causa do seriado do “Zorro”, com Guy Williams. Ou ainda o arco-e-flecha, por causa de Guilherme Tell e sua balestra, num velho seriado inglês. No entanto, essa jornada olímpica no Japão já

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Espírito olímpico

“O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade.” A frase é atribuída ao educador francês Pierre de Frédy (1863-1937), mais conhecido como Barão de Coubertin, o nobre que inventou os Jogos Olímpicos da Era Moderna a partir de 1896. Na minha turma de esportistas, a máxima do barão nem sempre é levada ao pé da letra. Pelo menos

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Tricô é coisa de homem

Bons tempos estes em que um sujeito famoso, neste caso, o britânico Tom Daley, ouro do salto sincronizado de trampolim de 10m dos Jogos Olímpicos, aparece na arquibancada do Centro Aquático de Tóquio fazendo tricô e que a simpática imagem viralize mundo afora. A propagação massiva da cena nas redes sociais comprova o que eu sempre disse: tricô é coisa

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Marta, a curadora

O sábado corria mais reflexivo do que de costume. Véspera de cumpleãnos é uma imersão existencial para mim. Vou tão fundo que preciso de dias para retornar. Alguma indicação de livro? Me envie. Terapia eu já faço! Aliás, logoterapia. Se me sugerir ir à igreja, te silencio. Eu reúno a minha igreja, de preferência acompanhada de petiscos e cerveja –

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PESOS PESADOS.

Uma coisa estranha as provas de levantamento de peso. São atletas bombados, pesados, que bufam e gemem ao levantar mais de 200 quilos em arrancadas terríveis. A diferença entre o vencedor e o segundo ficou em míseros 1 quilo. Quem dorme com um barulho desse. O cara da prata vai ficar um mês ou mais pensando que por um quilinho

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Barreiras de um cotidiano

Chico, todo dia ela faz tudo sempre igual. A nossa trabalhadora salta da cama às seis da manhã. Engole um café às pressas, e depois de duas horas no ônibus, salta no terceiro ponto da avenida dos bancos. E após cinco horas e meia de um árduo expediente, salta os olhos sobre a marmita requentada porque é preciso combater a

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BUFÔNICO MISTÉRIO

Achille Mbembe já usou o termo “racismo viral” ao invés de racismo estrutural. Essa noção de estrutural, que alguns afirmam ter raiz marxista, mas sem nunca terem encontrado exatamente onde, ou a terem claramente identificado em obras do revolucionário da dialética, talvez esteja, de qualquer modo, “obsoleta”, ou melhor, inadequada. Somos pós-estruturalistas, somos virais, viralizadores e viralizados pelas redes e

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Lições Olímpicas

Foi com uma declaração apaixonada, de admiração, amor e verdadeira devoção à mãe que a ginasta Rebeca Andrade, ganhadora de medalhas de ouro em salto e prata no individual geral, fechou o Jornal Nacional da noite de hoje, na TV Globo, no mesmo dia em que encerrou sua participação nos jogos olímpicos do Japão. Mesmo tendo sido frustrada a sua

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Baile de Favela

não é por falta de assunto ao contrário é o excesso de movimentos, estímulos, personagens, vibrações, passos em falso, lapsos, arremessos mal dados, algum transtorno fora das pistas / raias / quadras escritores somos bombardeados por informações, solicitações de opinião, fatos , fotos, clicks, zap, zooms , memis, emojis : é a profusão de assuntos . como diria Machado :

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Ítalo é foda!

poeta, avesso aos sentimentos banais , Viegas não piegas me rendo a Ítalo Ferreira e seu amor desabrido pela avó que partiu dias antes dos Jogos : porque neto criado pelo aconchego de avó ou se estraga por excesso de chamego ou se acerta também por ele e eis que cravou uma mensagem aos céus ou onde repousem e nos

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Dá-lhe simpatia!

Que dupla linda das meninas, moças sem arquétipo ´sarado´ humaníssimas ! inevitável observarmos corpos e bocas dos que atuam interpretam jogam competem : também humaníssimo sem nenhuma queda cafajeste : porque pior ou igual a tal ´sexualização´ é o esporte rendido ao mercado: o horror capitalista consumindo corpos , mentes , gostos e padrões . Quanta naturalidade das meninas, são

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Malditos.

Então tipo assim tá ligado ? Soam tão onipresentes interjeições onomatopéias modos cumprimentos exclamações formas de vida afectos : tanta coisa mudou desde o carinho de rolimã eu que sou do tempo de ´´Mamy Blue´´ por Ricky Shayne…. ultimamente sim os skatistas vão ganhando status de burguesia pela Berrini & Augusta: excentricidades de mauricinhos do silício sampauleiro talvez algum alíbi

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Cara de cenoura

Nenhum jogo, hoje, me encanta mais do que o tênis, Coelho! – Tênis, irmão! E o futebol? – Prefiro o tênis. – Por quê? – Porque é o jogador e o jogo. Não há a figura do treinador interferindo. Coelho fez uma cara de cenoura. – E o adversário? – Quando disse jogo, isso inclui o adversário, né? – Mas,

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O esporte e os paradoxos humanos

Aos poucos vai chegando o tempo em que o esporte, finalmente, se encontra, se percebe, como parte do ser humano. Tão potente quanto qualquer expressão artística, a física tão significante quanto a filosofia, a metafísica. Sujeito a todas as determinantes que regem a vida em sociedade, como a sociologia, a política, a economia, etc. Preâmbulo ditado pela observação de que

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A vitória sobre o tempo, na arte das musas olímpicas

Numa Olimpíada, há histórias demais e tempo de menos para registrá-las (a tempo), como pede uma crônica. Embora possa ser “atemporal”, a crônica tem data. Crônica vem de cronos, titã do tempo, pai de Zeus — o maior dos deuses do Olimpo. Era a Zeus que se acendia a tocha das Olimpíadas da Antiguidade. Os Jogos Olímpicos eram um culto

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Minhas memórias Olímpicas

Ainda posso sentir. É uma sensação potente. Uma experiência que me atravessou e deixou marcas. A brisa do vento parecia mais forte do meu ponto de vista do que dos meus amigos. Eu estava no ponto mais alto e o hino nacional ecoava em minha cabeça. Não conseguia ignorar os olhares para o símbolo que resplandecia em meu peito, revelando

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Humano, demasiado humano!

Confesso que li a obra de Nietzche há tanto tempo que pouco me lembro dela, e na verdade, aproveitei o “gancho” do título para fazer algumas poucas e humildes considerações sobre alguns aspectos dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Falo especificamente de um fenômeno que venho observando: talvez nunca em uma edição dos jogos tenhamos tido tantos fracassos de semideuses como

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TÊNIS, ÉPICO E POÉTICO

Diziam ser improvável ; o tênis ? Puro azarão. Medalha ? É impensável… o pódio ? Pura ilusão ! Então, no último instante, foi feita a inscrição pro tênis, tão importante entrar na competição. E coube às meninas paulistas entrarem com a cara e coragem; quem sabe, pra serem vistas, mudando aquela imagem. Juntamente com a Laura, brilhou na quadra

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Torcer, torcer, torcer…

Gosto de torcer. Escolho um lado de qualquer competição, incentivo, apoio e espero, é claro, pela vitória. Nem me dou conta e, quando vejo, torço até na corrida de baratas do Museu de Insetos do Instituto Biológico. Nestas Olimpíadas, contrariando meu entusiasmo, fiz a escolha tão difícil quanto preguiçosa de não torcer. Tóquio fica lá longe e a culpa é

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O que diz Rebeca Andrade

Quando a gente participa de um projeto como o Crônicas Olímpicas, ao lado de craques do país inteiro, o maior temor é repetir o que todos já disseram. Por isso tento fugir dos temas mais quentes e mostrar um olhar enviesado, pra algum detalhe no qual ninguém está prestando atenção. Mas hoje, depois que acordei às 5h45 pra ver o

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AS YARAS, O DEVIR-ÍNDIA, O DEVIR-SEREIA

Durante o período olímpico, com a chama dos deuses bafejando o espírito esportivo, o Brasil estava e está em chamas que dividem os espíritos, as classes, desafiam paradigmas e matam (registros, arquivos e pessoas). Na Avenida Santo Amaro, na cidade de São Paulo, a estátua de Manuel da Borba Gato foi chamuscada em uma tentativa de incêndio pelo movimento Revolução

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A luz do sabre de Darth Vader

A guerra é nas estrelas, e Darth Vader, a figura nebulosa por trás do lado sombrio da força, assusta. Ele tem uma ruidosa respiração mecânica e um andar em marcha, marcas de um Darth Vader que eliminou de si o lado humano que um dia lhe pertenceu. Para usar de metáforas, pode-se dizer que muito além do vermelho sangue, é

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Amor olímpico

O nosso amor É uma competição esportiva Cada jogada é decisiva E influi no cômputo geral (Nosso amor é anormal…) O seu beijo Vale por uma raquetada O seu abraço é uma espada Que esgrima com o meu punhal Você é louca pra abusar da violência Só de um juiz eu sinto ausência Para apitar os seus penais (Lá nas

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O TEMPO PERDIDO

Em 2012, Rafa tinha sete anos e embora não conhecesse o esporte pelo nome, adorava os 100 metros rasos. Ele conseguia ver, na televisão do bar, uma corrida quase instantânea de homens e mulheres com pernas muito fortes. A sorte é que o tempo até a linha de chegada era um pouco menor do que aquele em que o dono

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Mayra Aguiar, bronze dourado

Força, técnica, garra e humildade. Qualidades de campeões e campeãs. Quanto vale uma medalha em qualquer competição? Quanto vale uma medalha olímpica? Quanto valem três medalhas olímpicas em três edições diferentes? E se essas medalhas forem conquistadas por uma só pessoa? E se essa pessoa é uma mulher? Que alegria assistir à gaúcha Mayra Aguiar dar espetáculo nos tatames e

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Indomáveis

Marta e Formiga adentraram a sala para a entrevista após a desclassificação. Cabeças erguidas. Estavam com aquele semblante de desfecho que dói. Cara de quem tem saudade do que não se viveu o que se desejou tão intensa e verdadeiramente. Sentaram-se. Formiga abriu a garrafinha de água à sua frente, pegou um copo e serviu Marta, que lhe agradeceu. A

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Minhas queridas olimpíadas de verão

Olimpíadas é algo que, se você não consegue acompanhar devidamente com TV e sofá, melhor desacompanhar indevidamente, ou seja, trocando o conforto da casa pela participação mambembe como atleta de férias em suas próprias competições fantasiadas. E cá estava, armada com um instintivo e emocionado furor olímpico, já em minha primeira prova individual, descendo a íngreme escadaria forjada nas falésias

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Diferenças culturais

Ela foi convidada para o badminton aos 23 anos. Fazia outro esporte. Gostou e permaneceu. A sua adversária iniciou-se aos 7, pois era um esporte popular na escola. Ela se desenvolveu muito. E chegou lá! Fez a sua estreia nos Jogos Olímpicos, aos 33, com 10 anos de prática. A gringa também estreou trintona, mas tinha 23 anos de prática.

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O salto da periferia

Quando Daiane dos Santos saltou para o ouro no solo de Anaheim (USA), a travessa Rebeca Andrade dava seus pulinhos no chão de dona Rosa. Levada para fazer um teste em um projeto social da prefeitura de Guarulhos (SP), ouviu da treinadora responsável em tom de brincadeira: “Uau! essa é a futura Daiane dos Santos!” O “Brasileirinho de Daiane” abria

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Quando se é uma estrela

Simone Biles entra no ginásio Ariake Centre, mas ao invés de caminhar com a equipe técnica para onde os aparelhos estão instalados, segue em direção à arquibancada, e durante toda a competição da ginástica artística Simone Biles é gente como a gente. A estrela da ginástica artística, com seus ouros mundiais e olímpicos, está na plateia para se deleitar com

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Tenho orgulho de Mim

Racistas, baixem suas cristas de espinhos virulentos, contemplem o poder iluminado da diversidade étnica e curvem-se diante da vitória majestosa de uma mulher, negra e pobre a quem havia restado comer os restos, as migalhas caídas das mesas fartas de comida e vazias de bênçãos e graças da Casa Grande e, mesmo decepcionados, de joelhos, ouvi: Vocês, racistas do mundo,

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Xerecou no Campeonato

Nunca gostei de acordar cedo. Por mais que tente ir pra cama antes das 23h, acabo enrolando até a 1h. Não tenho mais idade pra varar madrugada e poucas coisas seriam capazes de me levar a fazer algo do tipo. Uma delas é ver as mulheres brilhando nessas Olimpíadas. O fuso-horário japonês já havia me desafiado na Copa do Mundo

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MÃE LEVADA DA BRECA? DEU REBECA.

Que mãe é essa que deixa a filha sair de casa aos 9 anos para seguir seu sonho de um dia brilhar nas Olimpíadas? Que mãe é essa que diz NÃO para a filha quando a menina depois de três cirurgias no joelho pensa em jogar a toalha? Que mãe é essa que ensina à filha que perseverar é um

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PÓDIO É PODER

Demorou, mas está chegando. O pódio andava mesmo precisando delas. Meninas, algumas franzinas, todas carregando a história de outras tantas. Meninas que lutam, que saltam e que fazem o diabo em cima de uma tábua com rodinhas. Meninas que surpreendem, que emocionam, que carregam o mundo em seus movimentos. A menina que dá o golpe exato, no momento certo e

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Panem et butyram et circenses

O celular tocou cedo, mas eu já havia acordado. Esses Jogos Olímpicos estão mexendo com meu relógio biológico. Jamais com meus hábitos. Às 7:30 estava à mesa e de olho na televisão. Perto de mim, café com pão. Não o panem desejado, fresquinho, estalando, acolhendo a manteiga (butyrum) que se derrete toda por ele. Mas uma torrada integral com cereais,

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Igarashi e Taimazova: injustiça não é desonra

Não me lembro com clareza das vezes em que me senti injustiçado no esporte, mas me lembro bem de quando um erro do árbitro me deu a vitória. Na hora em que tudo acontece, você só consegue perceber a aura de incerteza que se apodera do momento, mas acredita na decisão dos árbitros, até porque, você venceu. É só depois,

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De BH pro mundo, o Minas

Quando eu era pequena em Belo Horizonte, a gente era sócia do Minas. O famoso clube ocupava dois quarteirões no bairro de Lourdes (ocupa ainda), com piscinas, quadras, restaurante, ginásio, um mundo de atrações esportivas e culturais no coração da cidade. Ao mesmo tempo, como meu pai era funcionário do Banco do Brasil, frequentávamos também a AABB, cuja sede campestre

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Termópilas

Nesse frio paulista , alinhavando essas ruminações sobre o estado das coisas , afinal a crônica é a poesia de bermudas e somos capazes de ter alguma leitura atenta dos dias que correm como nunca pelo ponto de vista do esporte : aliás outro nome para espetáculo , vibração, alguma beleza entrevista…. tenho com meus botões e sinapses que além

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Tempos Líquidos

Sorriso franco, moço de luta e gratidão ao mundo tudo conspirou para medalha de ouro na praia de nome já radicalizante : Tsurigazaki ; esses jogos olímpicos parecem consagrar gente de boa do bem meu sobrenome Viegas mas sem pieguice da ´fadinha´ ao argonauta potiguar chegou a hora dessa gente bonita mostrar seu valor !  Surf & skate tem mesma

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Atletas olímpicos: Heróis humanos da primeira semana

Frustrações, dores físicas e psicológicas, sentimentos inatos que torcedores muitas vezes esquecemos que atletas são: humanos. Na primeira semana dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 que só puderam ser realizados um ano mais tarde com o mundo ainda sofre com a maior pandemia dos últimos tempos, ficamos, mais uma vez, cara a cara com heróis humanos na sua grande essência.

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SIMONE BILES E O CANSAÇO

Apesar de apontada como favorita à medalha de ouro, a ginasta norte-americana Simone Biles decidiu se retirar, após uma avaliação médica adicional, do final da competição individual em nome de seu bem-estar emocional. Ela já havia se retirado da disputa por equipes após uma grande falha no salto. A pressão que sofre por ser considerada a maior estrela olímpica dessa

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Para não dizer que eu não falei de skate (Ou uma colcha de retalhos de divagações contemporâneas que estarão datadas em minutos)

É engraçado como anônimos se transformam em “heróis” com mais rapidez com que a mídia transforma medíocres em celebridades nos Reality shows que proliferam por aí hoje em dia. Anônimos de valor, diga-se. Só não pode sucumbir à enorme pressão de agradar a todos em tudo. Desde que me conheço por gente torço por atletas brasileiros nos jogos olímpicos. Já

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O ÓCIO OLÍMPICO

Depois de alguns dias de veranico em meio ao nosso inverno, a quarta-feira amanheceu chuvosa e fria, como os meteorologistas já previam. Dei então uma olhada no noticiário olímpico da TV. Após as recentes medalhas do skate, surfe, natação e judô, perguntei a mim mesmo se ainda persistia minha inspiração pra praticar mais exercícios, ou alguma atividade física para o

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Gritos olímpicos

Ela andava à base de remédio fazia muito tempo. Pais e treinadores sabiam. A junta médica também, é claro. Havia mais duas ou três meninas na mesma situação crítica. O presidente da confederação escondia o caso dos patrocinadores. “Não pode vazar”, dizia, afinal, “os Jogos Olímpicos se aproximam”. Naquela madrugada ela soltou um grito. E mais outro. Os pais acordaram

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A heroica desistência de Simone Biles

“É uma bosta quando você está lutando com sua própria cabeça. Você quer fazer isso por si mesma, mas ainda fica muito preocupada com o que todo mundo vai dizer […] Eu queria que esses Jogos Olímpicos fossem por mim, mas eu sinto que ainda estou fazendo pelos outros.” Simone Biles é uma das maiores ginastas da história e, em

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Cumprida mais uma etapa de aprendizado

E acabou mais uma edição dos Jogos Paralímpicos, essa de Tóquio, em que o Brasil bateu recordes sobre recordes, fez sua melhor apresentação, ficou em sétimo lugar, ultrapassou as 100 medalhas de ouro, superou-se a si mesmo e todos os percalços possíveis. Quatro anos atrás, estava eu no Rio de Janeiro cobrindo os jogos passados quando recebi a notícia da

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É cem!

De repente cem medalhas. Sem nenhuma pretensão, sem muitas delongas, sem falsa modéstia, sem qualquer forma de tapetão. São cem medalhas douradas conquistadas ao longo dos jogos paralímpicos, e que cuja marca foi alcançada agora, em Tóquio, por sinal a edição com a melhor participação da história do Brasil, com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes. Nossos atletas paralímpicos

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SINS E NÃOS

Aí a pessoa é cega e joga futebol, e não tem os braços e nada em alta velocidade, e tem uma prótese e voa baixo, pelas faixas da pista. Não, não é superação. É talento, é escolha, é caminho decidido a cada dia, como o de qualquer um de nós. Nas bilhões de pessoas que existem no planeta, as deficiências

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Em primeiro lugar os outros, depois ele, o campeão

A 100ª medalha de ouro do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos veio com o recorde mundial no atletismo, nos 1.500 metros (classe T11, cegos). Disparado. O autor do feito histórico, o atleta Yeltsin Francisco Ortega Jacques, nasceu com baixa visão (0,5%), em Campo Grande (MS), em 1991. Todo mundo viu pela televisão ele e seu inseparável atleta-guia Carlos Antônio

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Qual é o laço que nos liga?

Um laço, feito com uma fita. Um laço, afeto que nos liga. Elos de ligação, abraço, o entrelaçar-se dos corpos. Quando criança, as tranças do meu cabelo eram feitas com fitas, muitas delas e de toda as cores, e que com um laço minha mãe dava o toque final ao acabamento. Doía a puxada no cabelo para que o resultado

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Porque não é sobre superação, mas pertencimento

Segunda-feira, eu começo a dieta. Na terça-feira, eu paro de fumar. Já na quarta-feira, eu me matriculo na academia. E na quinta-feira, eu inicio o curso de inglês. No dia seguinte, sexta-feira, eu troco a pilha do relógio. No sábado, eu levo o secador para arrumar. E no domingo, eu me arrependo por não ter conseguido cumprir as metas da

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Resultados de uma “década”

Esta aí da foto é a Silvânia Costa, a sul-mato-grossense que levou uma medalha de ouro hoje no salto em distância para cegos, saltando 5 metros. Não é fichinha, não é abobrinha. É alto desempenho. Veterana em conquistas, Silvânia ajudou o Brasil a subir mais alto no quadro de medalhas e mostrar a sua força. Mas não é apenas a

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Nosso paradoxo paralímpico

Já dá para acreditar que o Brasil seja uma potência nos esportes paralímpicos. Hoje, sexta feira, 27 de agosto de 2021, estamos em sexto no ranking de Tóquio 2020 e tudo indica que a penca de medalhas tenda a aumentar. Que seja assim. Nossos atletas paralímpicos são admiráveis em superar o destino, os revezes da vida e em esbanjar uma

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Para tudo!

Para tudo! Para ver. Para apreciar. Para assistir. Para sofrer. Para chorar. Para solidarizar-se. Para torcer. Para não dormir. Para entusiasmar-se. Para encantar-se. Para vibrar. Para vislumbrar. Para implorar. Para rezar. Para cantar. Para registrar. Para curtir. Para compartilhar. Para postar. Para vivenciar. Para ouvir. Para ler. Para mim, um texto. Para você, uma leitura. Para a imprensa, registros. Para

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Superação ou treino?

Li recentemente uma matéria do El País Brasil, sobre a atleta e medalhista paralímpica Verônica Hipólito, falando das postagens dela em redes sociais a respeito dos clichês e termos preconceituosos utilizados pelas pessoas, ao comentarem sobre o desempenho de um atleta nas paralímpiadas. “Não é superação, é treino”, escreveu. Entendo o que ela quis dizer com isso, porque muitas vezes

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DORES LOMBARES E INSPIRAÇÃO

Estou aqui, depois de voltar à prática de atividades físicas agora que as temperaturas estão mais amenas, já sofrendo com dores lombares, e também no pescoço e nas pernas. Sou um ser fragilizado diante do primeiro desafio: manter uma semana de exercícios, alternando a esteira com caminhadas pelas estradinhas da região serrana. Semana ainda pela metade, eu já me sinto

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Braçadas de campeões

Os Jogos Paralímpicos começaram e o Brasil chegou chegando. Desculpem-me, mas como cobri a edição brasileira, em 2016, vou voltar a ela muitas vezes aqui, pois foi uma das coberturas mais marcantes da minha vida de jornalista. Fiquei uma semana no Rio, atravessando diariamente a linda capital fluminense até a Cidade Olímpica pra invariavelmente me emocionar. E um dos motivos

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Danieles e Ademires

Apesar de gostar de esportes e vibrar com as competições, eu nunca fui muito bem na prática. Fugia das aulas de educação física na escola e jogava muito mal o vôlei com o pessoal da rua, só pra me enturmar. Andar de bicicleta aprendi, mas peguei trauma de trânsito depois de ser “atropelada” por um ônibus. Como nadadora, uma decepção,

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O CORPO PARALÍMPICO E A ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA

Na crônica “Os Jogos, os Corpos”, supus que as Paralimpíadas pudessem ser o espaço de corpos que talvez criassem linhas de fuga no tocante ao bipoder olimpiano. Mas essas linhas de fuga são produtos de uma tensão. O bipoder, com seu crescente apelo ao estilo de vida “ativo” e saudável, também atinge a órbita da vida das pessoas doentes ou

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Dois ouros, nas alturas.

Foi uma festa. A alegria foi tamanha que Tamberi, italiano que disputava o Salto em Altura, se jogou na pista e rolou e cambalhotou e mostrou todos os dentes numa gargalhada contagiante. A ideia de dividir o ouro foi de Barshim, um tímido e meio sorridente atleta do Catar, nós dois merecíamos, ele disse, e como!, eu afirmo, mas já

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Dos lances que são bolas fora

Nem todo lance é digno de comemoração. E nem adianta discutir, tem bola que não entra. Digo da bola fora provocada pelos meninos do futebol que subiram ao pódio em Tóquio 2020 gritando um dos protestos mais nada a ver da história dos Jogos Olímpicos. Não, nada como Jesse Owens versus Hitler na Berlim de 1936, nada como Tommie Smith

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Dourado, a cor do pecado

Ela acordou naquele dia com a certeza de que encontraria alguém que a merecesse. Vestiu-se com um longo dourado, que a deixou exuberante. Queria alguém que pudesse carregá-la, amorosamente, para sempre. Ele sonhava com alguém como ela, ao seu modo, desde criança, no início timidamente, mas na vida que segue, sobretudo nos últimos quatro anos, ardorosamente. Esteve na companhia de

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Medalha para o Japão

Um dia depois do encerramento da Tóquio 2020, já sinto saudades das emoções experimentadas, da expectativa do início, da maratonagem nas madrugadas, das torcidas pelos atletas brasileiros, da admiração provocada por estrangeiros que se destacaram. Foi, sem dúvida, uma olimpíada única, especial, diferente de todas as outras, repleta de feitos e acontecimentos incríveis. Como sou uma jornalista cinquentona e os

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O que também esteve em jogo nos Jogos

Desconfio que todo mundo que já se debruçou um pouco em estudar sobre o fenômeno esporte, principalmente no ambiente acadêmico, ouviu a expressão: que ‘o esporte não é bom ou mau, mas será sempre aquilo que fizermos dele. Ou então: o esporte pode formar tanto patifes quanto homens virtuosos. Essas paráfrases advém das formulações teóricas do francês Pierre Bourdieu, um

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Nas Paralelas

Nas paralelas Eles se superam, batem recordes e vivem momentos de pura adrenalina. Nas “paralelas” das Olimpíadas oficiais, são outros profissionais que merecem o pódio. Como não ficar de boca aberta com aquele pessoal que se coloca no meio da pista de arremesso de martelo, sem capacete, para conferir as marcas dos atletas? Eu não me atreveria nem a assistir

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até Paris….

que cool o encerramento , cool e antenado novos tempos : adorei ´o soprano´ kitsch-cult cantando hino olímpico e o astronauta francês anunciando Paris 2024 com saxofone tendo pano de fundo ´skyline´ dos astros e nossa problemática Terra lá embaixo esperando relatórios dramáticos sobre o clima! ó Deus que delícias de dias sem lembrar derretimento de geleiras mesmo que com

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Huxley nos defenda….

imaginar que um programa aplicativo o que seja de aparato de inteligência artificial capaz de compor um poema ? os exoesqueletos e os carros sem ´chauffeur´ ( sou do tempo desse termo pedante ) já estão pelas beiradas mãos biônicas os hologramas onipresentes mas inegável que a ´maneirice´ das dos atletas todas todos todes brasileiros ( qual neutro de gentilícios

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Navegar é preciso

O biógrafo Plutarco, no século II, escreveu que Pompeu, o Grande (Cnaeus Pompeius Magnus – Século I a.C), dizia aos marinheiros acuados diante de uma tempestade: “Navigare necesse est; vivere non est necesse”. Muito depois veio Fernando Pessoa e seus poemas em língua derivada, querendo para si o espírito da frase que hoje uso como título. Ao mesmo tempo em

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FAIRY PLAY

Boxe. Veja só. Uma atividade que me dá nos nervos. Cada pancada daquelas e parece que o choque é no meu corpo. No nocaute, então, a contagem decrescente vai aumentando a gastura no meu estômago. Semicerro as pálpebras, retorço a boca, aperto os dentes. Sinto dores pelo olhar. Mas eis que fecho essa série de crônicas falando justamente sobre essa

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A BÊNÇÃO, BAHIA !

A Bahia tem tudo a ver com OURO. Talvez resquício do garimpo do ciclo do século XVIII, que unia Bahia a Minas através da chamada Estrada Real. Tanto naquela época como agora, as ricas pepitas brotam do solo fértil, transformadas em atletas olímpicos. Homens e mulheres que surgiram da terra bruta e abençoada e foram garimpar, no outro lado do

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Chorar e agradecer

Para quem conquista medalhas, Olimpíadas são o tempo das alegrias. Para aquelas (es) que não sobem ao pódio, é o tempo de receber e prestar honras por terem, apenas, participado. Elas (eles) levam para casa a nobre atitude que, a cada quatro anos, ecoa como reafirmação do espírito dos jogos. Há duas imagens síntese desse espírito que foram repetidas inúmeras

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O importante mesmo é vencer.

O que define uma derrota ou uma vitória?             Minutos, segundos, centésimos?  Metros, centímetros, milímetros?             Pode apenas uma fração determinar o sucesso e o fracasso? Não em uma Olimpíada. A conquista, para esses atletas, é muito maior.             A competição não começou no dia 23 nem terminou no dia 08. Eles venceram a dor, driblaram o cansaço,

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Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais

Uma das coisas mais legais que ouvi nestes Jogos Olímpicos foi a Pia, técnica do futebol feminino, tocando e cantando “Tu vens”, do Alceu Valença, música que aprendeu no convívio com nossas atletas, com os brasileiros que desconhecia. Que mulher incrível, essa Pia! E ainda tem gente que pensa que lugar de mulher é na pia, na outra, a da

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Tentando entender o que passou

E os Jogos passaram como a canoa de Isaquias. Acabou-se o que era doce. Foi rápido, bonito, encantador, sublime, emocionante. Nas noites insones, sonhamos juntos os sonhos dos que suaram, choraram pela vitória ou pela derrota ou simplesmente por estarem ali, vivendo o improvável de uma Olimpíada que lutou para existir e bem fez por merecer existir. E agora, ao

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Ah, nossos terrenos baldios…

E mais um Jogos Olímpicos estão chegando ao fim. Tokio 2020 vai deixar saudades. Olimpíada que tivemos que esperar por um ano a mais, sem ter muito a certeza que chegaria mesmo em 2021. A pandemia presente. Protocolos. Muitos protocolos, poucas vacinas. Lá no Japão.! Quem diria? Dizem que o japonês é desconfiado, deve ser verdade. Estive lá no final

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Medalha de ouro para Jonne

Imagina estar em casa, nadando por águas calmas, e de repente ter seu aquático mundo invadido. E que diferente do morador, as estranhas invasoras usam pés e mãos para nadar? Sabemos que numa Olimpíada o foco são os atletas, aqueles que competem em modalidades esportivas, mas se fosse possível uma licença não poética mas artística nessa edição, Tóquio deveria conceder

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Dani-se!

Quando você foi bater o escanteio e o cara te jogou uma banana, pensei: “mais um caso emblemático de preconceito racial !” De fato, foi! Mas você, porque bem resolvido, porque arretado, porque baiano, porque lúdico, saboreou a fruta. Porra, sério? Você cagou para o eurocentrismo, para a ideia de subjugação, noves fora. Cara, que amor próprio! É como se

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O sigilo da ostarina

Eu não entendi nada, você entendeu? Digo da tal da ostarina no corpo da menina. Tandara. Mas, mulher, como assim? Acidental? Foi o que eu ouvi, lendo a única defesa escrita, o resto é sigilo, é coisa que corre em segredo, que pode ser fatal. E nós? Estamos aí cara a cara com o não dito. Milito: até parece aquele

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A hora da garota dourada

Acordei neste sábado e liguei a TV precisamente no 81º minuto da partida Brasil x Espanha, em Tóquio. Menos mal. E logo partimos para a prorrogação, quando Malcon disparou à frente feito um antílope negro e meteu o gol da vitória. Estranhamente, não ouvi foguetório nem torcedores ululando nas sacadas deste condomínio, mas os patriotas já podem ufanar-se da medalha

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Axé , Axé Paulinho

damos voltas e voltas e eis a final do futebol brasileiro nos momentos derradeiros duma Olimpíada , o bom e velho desporto bretão e nós que cultivamos tanto mudança e diversidade nos deparamos num sábado dia de ir a feira, praia e/ ou boteco com um Brasil contra Espanha está certo que oito horas da matina horário tropical brazuca e

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Tricotando

não em definitivo essa não foi a Olímpiada da meritocracia, foi do esforço despojado: nada menos neoliberal que a babaquice da exclusão competitiva, da lacração de alteridades, do cancelamento ortodoxo : nem falo em Olímpiada porque foram plurais Jogos Olímpicos : deu prá todos e as tribos todas emergiram em pluralidades: os ´hipster´ fizeram a festa nesses tempos tranZmodernos mundo

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Síndrome de Abstinência ou do Gay Cult

alguma atmosfera de despedida,  antecipação de síndrome de abstinência , o público diz que já deu de tanta interrupção da telenovela ( coisa de velho ? ) , dos bastidores da CPI, do reality show gastronômico ( comida engoliu a literatura em relevância ) , os hábitos extemporâneos do maridão acordando na madrugada para assistir vôlei feminino, vicissitudes de quatro

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Mar aberto

Ana Marcela nome composto porque a maratona é múltipla e tem cara de olímpiada mesmo porque sem aparato no elemento natural no ´´ mar belo mar selvagem das nossas praias solitárias ´´ como nos poemas de Vicente de Carvalho ( poeta parnasiano quem de lembrar há ?) eu também nascido diante o mar híbrido meio santista meio sampauleiro sonho com

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AFiNAL, TEMOS OU NÃO UM CANDIDATO QUE NÃO ENTREGUE O OURO PRO BANDIDO?

E AGORA, JOSÉ. O que você quer para o Brasil: OURO OU OUROLATA? O esporte deixa claro quais as qualidades que um candidato requer para chegar lá. Muito preparo, muito treino, esforço, seriedade, dedicação, e, principalmente, um alto nível de comprometimento para vencer. Até agora, nas Olimpíadas, conquistamos 12 medalhas. 6 DE OURO. Ana Marcela, mostrou que nem sempre o

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Nanocrônica

Foram longos anos de guerra. Os vermelhos contra os verde-amarelos. Depois de tantas agressões ficaram todos roxos. E, apesar de levantarem a bandeira branca, a economia do país nunca mais voltou a ficar no azul. Já a Seleção, apesar de verde-amarela, sempre deixou todos rubros de orgulho.

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Você já foi à Bahia, nego? Não? Então vá

O que é que a Bahia tem, o que é que a Bahia tem… Tem Dani, de ouro, tem. Tem Hebert de ouro, tem. Isaquias de ouro, tem. Ana Marcela de ouro, tem. Formiga e Rafaelle tem. Tem Bia Ferreira, tem! O que é que a Bahia tem? Tem preconceito adoidado, tem. Tem fama de preguiça, tem. Incomoda como ninguém!

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xerequeerização

Apesar da biopolítica atuante em competições esportivas de grandes proporções com atletas de alto rendimento, compactuada com narrativas heroicas heteronormativas que geralmente assumem o podium do imaginário atlético, há uma quantidade bastante considerável de competidores LGBTQIA+ nas Olímpiadas de Verão de Tóquio, somando, segundo levantamento do site OutSports, pelo menos 168 pessoas, tornando os jogos de 2020 mais diversos, batendo

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Mano-obras!

Mano-obras! No meu passado muito distante, as minhas tentativas em cima de um par de patins foram deveras desastrosas. Muitas informações que não se encaixavam: equilibrar-se, curvar o tronco levemente para frente, flexionar um pouco os joelhos, arriscar um primeiro passo, no caso o direito, dar um impulso, e rapidamente trazer junto o pé esquerdo, para então deslizar sobre o

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Aos MIMIZENTOS o Recado.

Espichado no sofá me deparo com a cena: um jogador da seleção brasileira de vôlei, durante a maior competição esportiva do mundo – as olímpiadas – jogando de MÁSCARA!!! É amigos -como diria ufano narrador – foi algo que vi com perplexidade. Explico: num país onde o Presidente ligou o foda-se para as recomendações sanitárias e parte da população brasileira

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Leitura labial

A seleção feminina de vôlei do Brasil entrou na Arena de Ariake, na capital do Japão, para enfrentar a seleção do ROC. Quem está acompanhando as Olimpíadas de Tóquio provavelmente já se deparou com essa sigla nada familiar. Essa abreviação designa o Russian Olympic Committee (Comitê Olímpico Russo em inglês). (Cabe aqui um breve parênteses: em 2019, a Agência Mundial

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Cheiro de atleta

O SporTv apresenta um programa diário antes de começar as transmissões do dia (noite aqui) dos jogos do Japão: “Ohayo Tóquio” (Bom dia, Tóquio). É comandado pelo jornalista Marcelo Barreto e pelo treinador Bernardinho, com participações de um time de comentaristas para cada modalidade, geralmente ex-atletas. No dia da prova de revezamento dos 4 x 100 metros do atletismo, um

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Olimpíadas – uma crônica com bom-senso

Costumo ver a abertura dos jogos olímpicos, as delegações como se apresentam, algumas com um número absurdo de atletas, outras com um atleta só. Antes, usavam conjuntos esportivos que chamávamos de abrigo; hoje usam ternos impecáveis ou túnicas, batas e turbantes, chapéus, camisas floridas ou o que represente o traje típico de cada país. Desfilam carregando, junto com a bandeira,

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O SKATISMO COMO EXPERIÊNCIA DO COMUM

Em minha crônica “Gentes do Mundo”, desejei que a utopia conciliadora totalizante (não totalitária) das Olimpíadas ao menos idealizasse criticamente o esboço do comum, dos comuns. É possível que o skatismo seja esse esboço ou tenha se apresentado, ao menos, como esse esboço. Um dos princípios de atuação e vivência skater é a camaradagem. Aqui a noção de camarada não

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O que, afinal, combinamos com os russos?

Madrugada aqui no Brasil, qualquer horário lá na Rússia que não me importa qual, porque havíamos combinado com os russos de que nos encontraríamos em quadra em Tóquio, mas no horário japonês. Combinamos, também, com os russos que entraríamos com o nosso time dourado, iniciando a partida com Bruninho, Wallace, Leal, Lucão, Lucarelli, Mauricio e o líbero Thales, mas que

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Na expectativa dos Jogos Paralímpicos

Enquanto aguardamos as finais do futebol masculino, da Bia e do Hebert no boxe, todos três candidatíssimos a dourar essa espetacular trajetória da nossa delegação, leio que os atletas paralímpicos começam a chegar a Tóquio. Fiquemos apenas na expectativa desses três e curtamos os últimos dias dos Jogos sem pensar em medalha, pois nas demais modalidades, não sei, não. Da

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DUAS MEDALHAS, UMA DE BRONZE E UMA DE PRATA.

Chato é essa dor nas costas. Estranhei a cama do hotel. Bebida gratuita no avião, jantar de bacana no quarto e o resultado: uma noite mal dormida. Tudo isso eu estou enfrentando atleticamente. Não poderia ser diferente, né? Medalhista olímpico como velocista, no 4×100 metros. Uma de bronze, uma de prata. Por isso estou aqui. Fui convidado para falar na

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O sol brilha como o sorriso inocente de Rayssa Leal

As nuvens cinzas se espalham pelo Globo; a desesperança nos empurra ladeira abaixo; a fé parece algo distante, ópio de poucos; o medo torna-se banal, cotidiano, ingerimos no almoço, com arroz e feijão; os cadáveres sussurram palavras distantes, linguagem fragmentada, estatísticas que fingimos escutar. Em outro mundo, os pássaros regozijam-se entre a música Clássica e o Baile de Favela de

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O que Karen Janz botou na mesa

A tsunami de emoções que vem do Japão direto para nossas madrugadas traz na espuma alguns objetos interessantes de razão e reflexão. É nítido que os Jogos estão revelando mudanças de comportamento, ora dentro de sua própria estrutura olímpica, ora com efeitos na evolução da humanidade. Há quebras de recordes e paradigmas. Reparem as modalidades estreantes. O surf e o

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Os cara é grande mas nós é ruim

Antes que me crucifiquem por assassinato da língua portuguesa, esclareço: tomo de empréstimo a fala de uma personagem do filme Meu nome não é Johnny, Mário Lima (2008). A ideia veio do nadador Bruno Fratus que a repetiu, com muito humor, para não se abater diante dos que citavam os seus 1,87m de altura como dificultador para bons resultados olímpicos

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MÍNIMA PSICANÁLISE OLÍMPICA

Com a dita polarização de opiniões (geralmente isentas da preocupação com alguma argumentação cerrada) no espaço público brasileiro, não poderia ser diferente no caso da participação de nossos atletas olímpicos, que sempre sofreram com o fato de terem de enfrentar os riscos radicais de serem glorificados ou amaldiçoados do dia para a noite perante uma vitória ou uma derrota. Em

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Marta, Rebeca e outras guerreiras

     Nunca fui particularmente afeiçoado a qualquer modalidade de esporte quando criança. Talvez a natação, vigorosamente praticada por Johnny Weissmuller nos filmes de Tarzan. Ou a esgrima, por causa do seriado do “Zorro”, com Guy Williams. Ou ainda o arco-e-flecha, por causa de Guilherme Tell e sua balestra, num velho seriado inglês. No entanto, essa jornada olímpica no Japão já

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Espírito olímpico

“O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade.” A frase é atribuída ao educador francês Pierre de Frédy (1863-1937), mais conhecido como Barão de Coubertin, o nobre que inventou os Jogos Olímpicos da Era Moderna a partir de 1896. Na minha turma de esportistas, a máxima do barão nem sempre é levada ao pé da letra. Pelo menos

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Tricô é coisa de homem

Bons tempos estes em que um sujeito famoso, neste caso, o britânico Tom Daley, ouro do salto sincronizado de trampolim de 10m dos Jogos Olímpicos, aparece na arquibancada do Centro Aquático de Tóquio fazendo tricô e que a simpática imagem viralize mundo afora. A propagação massiva da cena nas redes sociais comprova o que eu sempre disse: tricô é coisa

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Marta, a curadora

O sábado corria mais reflexivo do que de costume. Véspera de cumpleãnos é uma imersão existencial para mim. Vou tão fundo que preciso de dias para retornar. Alguma indicação de livro? Me envie. Terapia eu já faço! Aliás, logoterapia. Se me sugerir ir à igreja, te silencio. Eu reúno a minha igreja, de preferência acompanhada de petiscos e cerveja –

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PESOS PESADOS.

Uma coisa estranha as provas de levantamento de peso. São atletas bombados, pesados, que bufam e gemem ao levantar mais de 200 quilos em arrancadas terríveis. A diferença entre o vencedor e o segundo ficou em míseros 1 quilo. Quem dorme com um barulho desse. O cara da prata vai ficar um mês ou mais pensando que por um quilinho

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Barreiras de um cotidiano

Chico, todo dia ela faz tudo sempre igual. A nossa trabalhadora salta da cama às seis da manhã. Engole um café às pressas, e depois de duas horas no ônibus, salta no terceiro ponto da avenida dos bancos. E após cinco horas e meia de um árduo expediente, salta os olhos sobre a marmita requentada porque é preciso combater a

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BUFÔNICO MISTÉRIO

Achille Mbembe já usou o termo “racismo viral” ao invés de racismo estrutural. Essa noção de estrutural, que alguns afirmam ter raiz marxista, mas sem nunca terem encontrado exatamente onde, ou a terem claramente identificado em obras do revolucionário da dialética, talvez esteja, de qualquer modo, “obsoleta”, ou melhor, inadequada. Somos pós-estruturalistas, somos virais, viralizadores e viralizados pelas redes e

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Lições Olímpicas

Foi com uma declaração apaixonada, de admiração, amor e verdadeira devoção à mãe que a ginasta Rebeca Andrade, ganhadora de medalhas de ouro em salto e prata no individual geral, fechou o Jornal Nacional da noite de hoje, na TV Globo, no mesmo dia em que encerrou sua participação nos jogos olímpicos do Japão. Mesmo tendo sido frustrada a sua

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Baile de Favela

não é por falta de assunto ao contrário é o excesso de movimentos, estímulos, personagens, vibrações, passos em falso, lapsos, arremessos mal dados, algum transtorno fora das pistas / raias / quadras escritores somos bombardeados por informações, solicitações de opinião, fatos , fotos, clicks, zap, zooms , memis, emojis : é a profusão de assuntos . como diria Machado :

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Ítalo é foda!

poeta, avesso aos sentimentos banais , Viegas não piegas me rendo a Ítalo Ferreira e seu amor desabrido pela avó que partiu dias antes dos Jogos : porque neto criado pelo aconchego de avó ou se estraga por excesso de chamego ou se acerta também por ele e eis que cravou uma mensagem aos céus ou onde repousem e nos

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Dá-lhe simpatia!

Que dupla linda das meninas, moças sem arquétipo ´sarado´ humaníssimas ! inevitável observarmos corpos e bocas dos que atuam interpretam jogam competem : também humaníssimo sem nenhuma queda cafajeste : porque pior ou igual a tal ´sexualização´ é o esporte rendido ao mercado: o horror capitalista consumindo corpos , mentes , gostos e padrões . Quanta naturalidade das meninas, são

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Malditos.

Então tipo assim tá ligado ? Soam tão onipresentes interjeições onomatopéias modos cumprimentos exclamações formas de vida afectos : tanta coisa mudou desde o carinho de rolimã eu que sou do tempo de ´´Mamy Blue´´ por Ricky Shayne…. ultimamente sim os skatistas vão ganhando status de burguesia pela Berrini & Augusta: excentricidades de mauricinhos do silício sampauleiro talvez algum alíbi

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Cara de cenoura

Nenhum jogo, hoje, me encanta mais do que o tênis, Coelho! – Tênis, irmão! E o futebol? – Prefiro o tênis. – Por quê? – Porque é o jogador e o jogo. Não há a figura do treinador interferindo. Coelho fez uma cara de cenoura. – E o adversário? – Quando disse jogo, isso inclui o adversário, né? – Mas,

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O esporte e os paradoxos humanos

Aos poucos vai chegando o tempo em que o esporte, finalmente, se encontra, se percebe, como parte do ser humano. Tão potente quanto qualquer expressão artística, a física tão significante quanto a filosofia, a metafísica. Sujeito a todas as determinantes que regem a vida em sociedade, como a sociologia, a política, a economia, etc. Preâmbulo ditado pela observação de que

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A vitória sobre o tempo, na arte das musas olímpicas

Numa Olimpíada, há histórias demais e tempo de menos para registrá-las (a tempo), como pede uma crônica. Embora possa ser “atemporal”, a crônica tem data. Crônica vem de cronos, titã do tempo, pai de Zeus — o maior dos deuses do Olimpo. Era a Zeus que se acendia a tocha das Olimpíadas da Antiguidade. Os Jogos Olímpicos eram um culto

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Minhas memórias Olímpicas

Ainda posso sentir. É uma sensação potente. Uma experiência que me atravessou e deixou marcas. A brisa do vento parecia mais forte do meu ponto de vista do que dos meus amigos. Eu estava no ponto mais alto e o hino nacional ecoava em minha cabeça. Não conseguia ignorar os olhares para o símbolo que resplandecia em meu peito, revelando

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Humano, demasiado humano!

Confesso que li a obra de Nietzche há tanto tempo que pouco me lembro dela, e na verdade, aproveitei o “gancho” do título para fazer algumas poucas e humildes considerações sobre alguns aspectos dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Falo especificamente de um fenômeno que venho observando: talvez nunca em uma edição dos jogos tenhamos tido tantos fracassos de semideuses como

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TÊNIS, ÉPICO E POÉTICO

Diziam ser improvável ; o tênis ? Puro azarão. Medalha ? É impensável… o pódio ? Pura ilusão ! Então, no último instante, foi feita a inscrição pro tênis, tão importante entrar na competição. E coube às meninas paulistas entrarem com a cara e coragem; quem sabe, pra serem vistas, mudando aquela imagem. Juntamente com a Laura, brilhou na quadra

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Torcer, torcer, torcer…

Gosto de torcer. Escolho um lado de qualquer competição, incentivo, apoio e espero, é claro, pela vitória. Nem me dou conta e, quando vejo, torço até na corrida de baratas do Museu de Insetos do Instituto Biológico. Nestas Olimpíadas, contrariando meu entusiasmo, fiz a escolha tão difícil quanto preguiçosa de não torcer. Tóquio fica lá longe e a culpa é

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O que diz Rebeca Andrade

Quando a gente participa de um projeto como o Crônicas Olímpicas, ao lado de craques do país inteiro, o maior temor é repetir o que todos já disseram. Por isso tento fugir dos temas mais quentes e mostrar um olhar enviesado, pra algum detalhe no qual ninguém está prestando atenção. Mas hoje, depois que acordei às 5h45 pra ver o

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AS YARAS, O DEVIR-ÍNDIA, O DEVIR-SEREIA

Durante o período olímpico, com a chama dos deuses bafejando o espírito esportivo, o Brasil estava e está em chamas que dividem os espíritos, as classes, desafiam paradigmas e matam (registros, arquivos e pessoas). Na Avenida Santo Amaro, na cidade de São Paulo, a estátua de Manuel da Borba Gato foi chamuscada em uma tentativa de incêndio pelo movimento Revolução

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A luz do sabre de Darth Vader

A guerra é nas estrelas, e Darth Vader, a figura nebulosa por trás do lado sombrio da força, assusta. Ele tem uma ruidosa respiração mecânica e um andar em marcha, marcas de um Darth Vader que eliminou de si o lado humano que um dia lhe pertenceu. Para usar de metáforas, pode-se dizer que muito além do vermelho sangue, é

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Amor olímpico

O nosso amor É uma competição esportiva Cada jogada é decisiva E influi no cômputo geral (Nosso amor é anormal…) O seu beijo Vale por uma raquetada O seu abraço é uma espada Que esgrima com o meu punhal Você é louca pra abusar da violência Só de um juiz eu sinto ausência Para apitar os seus penais (Lá nas

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O TEMPO PERDIDO

Em 2012, Rafa tinha sete anos e embora não conhecesse o esporte pelo nome, adorava os 100 metros rasos. Ele conseguia ver, na televisão do bar, uma corrida quase instantânea de homens e mulheres com pernas muito fortes. A sorte é que o tempo até a linha de chegada era um pouco menor do que aquele em que o dono

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Mayra Aguiar, bronze dourado

Força, técnica, garra e humildade. Qualidades de campeões e campeãs. Quanto vale uma medalha em qualquer competição? Quanto vale uma medalha olímpica? Quanto valem três medalhas olímpicas em três edições diferentes? E se essas medalhas forem conquistadas por uma só pessoa? E se essa pessoa é uma mulher? Que alegria assistir à gaúcha Mayra Aguiar dar espetáculo nos tatames e

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Indomáveis

Marta e Formiga adentraram a sala para a entrevista após a desclassificação. Cabeças erguidas. Estavam com aquele semblante de desfecho que dói. Cara de quem tem saudade do que não se viveu o que se desejou tão intensa e verdadeiramente. Sentaram-se. Formiga abriu a garrafinha de água à sua frente, pegou um copo e serviu Marta, que lhe agradeceu. A

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Minhas queridas olimpíadas de verão

Olimpíadas é algo que, se você não consegue acompanhar devidamente com TV e sofá, melhor desacompanhar indevidamente, ou seja, trocando o conforto da casa pela participação mambembe como atleta de férias em suas próprias competições fantasiadas. E cá estava, armada com um instintivo e emocionado furor olímpico, já em minha primeira prova individual, descendo a íngreme escadaria forjada nas falésias

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Diferenças culturais

Ela foi convidada para o badminton aos 23 anos. Fazia outro esporte. Gostou e permaneceu. A sua adversária iniciou-se aos 7, pois era um esporte popular na escola. Ela se desenvolveu muito. E chegou lá! Fez a sua estreia nos Jogos Olímpicos, aos 33, com 10 anos de prática. A gringa também estreou trintona, mas tinha 23 anos de prática.

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O salto da periferia

Quando Daiane dos Santos saltou para o ouro no solo de Anaheim (USA), a travessa Rebeca Andrade dava seus pulinhos no chão de dona Rosa. Levada para fazer um teste em um projeto social da prefeitura de Guarulhos (SP), ouviu da treinadora responsável em tom de brincadeira: “Uau! essa é a futura Daiane dos Santos!” O “Brasileirinho de Daiane” abria

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Quando se é uma estrela

Simone Biles entra no ginásio Ariake Centre, mas ao invés de caminhar com a equipe técnica para onde os aparelhos estão instalados, segue em direção à arquibancada, e durante toda a competição da ginástica artística Simone Biles é gente como a gente. A estrela da ginástica artística, com seus ouros mundiais e olímpicos, está na plateia para se deleitar com

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Tenho orgulho de Mim

Racistas, baixem suas cristas de espinhos virulentos, contemplem o poder iluminado da diversidade étnica e curvem-se diante da vitória majestosa de uma mulher, negra e pobre a quem havia restado comer os restos, as migalhas caídas das mesas fartas de comida e vazias de bênçãos e graças da Casa Grande e, mesmo decepcionados, de joelhos, ouvi: Vocês, racistas do mundo,

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Xerecou no Campeonato

Nunca gostei de acordar cedo. Por mais que tente ir pra cama antes das 23h, acabo enrolando até a 1h. Não tenho mais idade pra varar madrugada e poucas coisas seriam capazes de me levar a fazer algo do tipo. Uma delas é ver as mulheres brilhando nessas Olimpíadas. O fuso-horário japonês já havia me desafiado na Copa do Mundo

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MÃE LEVADA DA BRECA? DEU REBECA.

Que mãe é essa que deixa a filha sair de casa aos 9 anos para seguir seu sonho de um dia brilhar nas Olimpíadas? Que mãe é essa que diz NÃO para a filha quando a menina depois de três cirurgias no joelho pensa em jogar a toalha? Que mãe é essa que ensina à filha que perseverar é um

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PÓDIO É PODER

Demorou, mas está chegando. O pódio andava mesmo precisando delas. Meninas, algumas franzinas, todas carregando a história de outras tantas. Meninas que lutam, que saltam e que fazem o diabo em cima de uma tábua com rodinhas. Meninas que surpreendem, que emocionam, que carregam o mundo em seus movimentos. A menina que dá o golpe exato, no momento certo e

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Panem et butyram et circenses

O celular tocou cedo, mas eu já havia acordado. Esses Jogos Olímpicos estão mexendo com meu relógio biológico. Jamais com meus hábitos. Às 7:30 estava à mesa e de olho na televisão. Perto de mim, café com pão. Não o panem desejado, fresquinho, estalando, acolhendo a manteiga (butyrum) que se derrete toda por ele. Mas uma torrada integral com cereais,

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Igarashi e Taimazova: injustiça não é desonra

Não me lembro com clareza das vezes em que me senti injustiçado no esporte, mas me lembro bem de quando um erro do árbitro me deu a vitória. Na hora em que tudo acontece, você só consegue perceber a aura de incerteza que se apodera do momento, mas acredita na decisão dos árbitros, até porque, você venceu. É só depois,

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De BH pro mundo, o Minas

Quando eu era pequena em Belo Horizonte, a gente era sócia do Minas. O famoso clube ocupava dois quarteirões no bairro de Lourdes (ocupa ainda), com piscinas, quadras, restaurante, ginásio, um mundo de atrações esportivas e culturais no coração da cidade. Ao mesmo tempo, como meu pai era funcionário do Banco do Brasil, frequentávamos também a AABB, cuja sede campestre

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Termópilas

Nesse frio paulista , alinhavando essas ruminações sobre o estado das coisas , afinal a crônica é a poesia de bermudas e somos capazes de ter alguma leitura atenta dos dias que correm como nunca pelo ponto de vista do esporte : aliás outro nome para espetáculo , vibração, alguma beleza entrevista…. tenho com meus botões e sinapses que além

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Tempos Líquidos

Sorriso franco, moço de luta e gratidão ao mundo tudo conspirou para medalha de ouro na praia de nome já radicalizante : Tsurigazaki ; esses jogos olímpicos parecem consagrar gente de boa do bem meu sobrenome Viegas mas sem pieguice da ´fadinha´ ao argonauta potiguar chegou a hora dessa gente bonita mostrar seu valor !  Surf & skate tem mesma

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Atletas olímpicos: Heróis humanos da primeira semana

Frustrações, dores físicas e psicológicas, sentimentos inatos que torcedores muitas vezes esquecemos que atletas são: humanos. Na primeira semana dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 que só puderam ser realizados um ano mais tarde com o mundo ainda sofre com a maior pandemia dos últimos tempos, ficamos, mais uma vez, cara a cara com heróis humanos na sua grande essência.

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SIMONE BILES E O CANSAÇO

Apesar de apontada como favorita à medalha de ouro, a ginasta norte-americana Simone Biles decidiu se retirar, após uma avaliação médica adicional, do final da competição individual em nome de seu bem-estar emocional. Ela já havia se retirado da disputa por equipes após uma grande falha no salto. A pressão que sofre por ser considerada a maior estrela olímpica dessa

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Para não dizer que eu não falei de skate (Ou uma colcha de retalhos de divagações contemporâneas que estarão datadas em minutos)

É engraçado como anônimos se transformam em “heróis” com mais rapidez com que a mídia transforma medíocres em celebridades nos Reality shows que proliferam por aí hoje em dia. Anônimos de valor, diga-se. Só não pode sucumbir à enorme pressão de agradar a todos em tudo. Desde que me conheço por gente torço por atletas brasileiros nos jogos olímpicos. Já

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O ÓCIO OLÍMPICO

Depois de alguns dias de veranico em meio ao nosso inverno, a quarta-feira amanheceu chuvosa e fria, como os meteorologistas já previam. Dei então uma olhada no noticiário olímpico da TV. Após as recentes medalhas do skate, surfe, natação e judô, perguntei a mim mesmo se ainda persistia minha inspiração pra praticar mais exercícios, ou alguma atividade física para o

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Gritos olímpicos

Ela andava à base de remédio fazia muito tempo. Pais e treinadores sabiam. A junta médica também, é claro. Havia mais duas ou três meninas na mesma situação crítica. O presidente da confederação escondia o caso dos patrocinadores. “Não pode vazar”, dizia, afinal, “os Jogos Olímpicos se aproximam”. Naquela madrugada ela soltou um grito. E mais outro. Os pais acordaram

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A heroica desistência de Simone Biles

“É uma bosta quando você está lutando com sua própria cabeça. Você quer fazer isso por si mesma, mas ainda fica muito preocupada com o que todo mundo vai dizer […] Eu queria que esses Jogos Olímpicos fossem por mim, mas eu sinto que ainda estou fazendo pelos outros.” Simone Biles é uma das maiores ginastas da história e, em

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