Terminada a festa olímpica, hora de fazer um pequeno balanço, especialmente da participação brasileira. É hora de assumirmos nossa condição de torcedor/técnico e lançar pitacos – pitacos, não dardos, ou martelos ou discos! E se lançar, olhe primeiro! Lançar pitacos é o que nos cabe neste latifúndio, pois somos mais que técnicos, somos especialistas. Eu, por exemplo, entendo minuciosamente todas as regras desde ginástica olímpica, judô (porque falta causa ponto para o adversário? Qual critério para “falta de combatividade”?) até futevôlei! Quando futevôlei fizer parte das modalidades olímpicas!
O Brasil cumpriu o que se esperava, não houve surpresas, nem contra nem a favor, o que para nós conta muito, nós que incorporamos na nossa psique o surgimento regulares de fenômenos e heróis esportivos . Temos até um adjetivo para isso: Pelé! Estamos sempre a espera de um Pelé no vôlei, na natação, na canoagem, no tênis de quadra, no atletismo.
O ouro na ginástica é fruto de muito trabalho e disciplina, desde a chegada dos ucranianos Oleg Ostapenko e Iryna Ilyashenko, o trabalho de continuidade de Georgete Vidor. Anos e anos de trabalho para primeiro competir internacionalmente, até chegar a disputar com as melhores. Desde os irmãos Hipólito (Daniele e Diogo), Jade Barbosa, ainda competindo em alto nível, Daiane dos Santos, até culminar em Rebeca Andrade. Se um garoto hoje quiser se espelhar em alguém tem o Arthur Zanetti. A Ginastica é uma árvore viçosa não por acaso. Rebeca, Flavinha e Barbara são frutos. Mas precisa ser cuidada e irrigada, pois os frutos não duram para sempre.
Bia Souza ganhou ouro no Judô, esporte onde temos tradição, desde Aurélio Miguel;
O ouro de Patrícia e Duda no vôlei de praia também não foi acaso, foi coroamento. Quem precisa aprender a se comportar é parte da torcida masculina brasileira que criticou as meninas por não usar uniformes sumaríssimos… É cada uma! Elas que usem o que melhor lhes afeiçoar! Poderíamos ter ganho no masculino. Mero detalhe, que poderia ter sido a nosso favor!
As demais medalhas: sem surpresas.
O vôlei de quadra, esporte no qual ainda somos potência – graças a continuidade desde a geração de Prata, com Bebeto de Freitas – precisa acender o sinal de alerta. Formamos equipes vencedoras no masculino e feminino, mas não formamos lideranças de alto nível nas Comissões técnicas. Nossas conquistas se devem ao razinza Bernardinho e ao gentleman Zé Roberto Guimarães. Atenção! A idade está chegando! Pra quem o bastão será transmitido? As tentativas até agora malograram…
As meninas do futebol de campo mereciam mais. Foi injusto para elas o peso de carregar a Pátria de Chuteiras! Quem tinha obrigação de ganhar, o molengas do futebol masculino, tiveram a pachorra de não se classificar. Fizeram papelão. Para os próximos evento, espelhem-se nas mulheres, seus meia-bocas. Não basta disputar torneios europeus!
Ouvi dizer que o COB tinha como meta 22 medalhas! O COB foi otimista ou fora da realidade? Tem algo aí que não bate! Ganhar medalhas deveria ter como regra o correspondente investido em esporte, saúde e educação. Investir em atletas com potencial é mero disfarce para projetos políticos.
A população brasileira, de todas as idades deveria ter a disposição equipamentos esportivos. Não é verdade a desculpa que as autoridades politicas costumam dar de que a população depreda(depreda o que não existe?)
Os CDM’s (Centro Desportivos Municipais) existem, são espaços controlados por seguranças, mas estão às moscas, a maioria deles. No Parque da Independência, atrás do Museu o Ipiranga existe uma Academia ao ar livre composta por toscos blocos de concreto, barras de ferro, elásticos, latas de diversos tamanhos que servem como peso,tudo produzido e conservado pelos próprios usuários. Constatando diariamente essas distorções, temos de admitir que a meta do COB é meio esquizofrênica: querem frutos sem plantar árvores! Aí vamos sempre depender da vontade divina!
Vai começar as Paralimpiadas. Espero que as medalhas que o Brasil ganhar corresponda à realidade de como o país como um todo trata as pessoas com mobilidade reduzida. Que os campeões não sejam os únicos dotados de cidadania. A iniciativa das Paralimpiadas foi das coisas mais acertadas que a humanidade produziu, gol a favor do ideal de Fraternidade que tanto se busca.
A cerimônia de encerramento foi bonitinha, mas sem surpresas. Espetáculo hollywoodiano com certo charme frandes! Teve vinho? Não reparei! O evento competiu com o almoço de dia dos pais, onde o pai aqui era a atração principal… coisa de leonino!
No duro? Já estou com saudades! Mas Los Angeles é logo ali…
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Joel Silva
Paulistano do interior - nascido na Grande Jacipora, da qual faz parte Junqueirópolis, Presidente Prudente e Dracena. A arte de caminhar é seu esporte preferido. Autor d'A Invenção da Palavras, está ameaçando seus leitores com a publicação de outro livro (caso não dêem bola para estas crônicas!) Santista por convicção, finalmente concordou que time grande também cai de divisão... Ah, o livro bomba vai se chamar O Presidente Quê Burlou o Golpe.
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