Um dia depois do encerramento da Tóquio 2020, já sinto saudades das emoções experimentadas, da expectativa do início, da maratonagem nas madrugadas, das torcidas pelos atletas brasileiros, da admiração provocada por estrangeiros que se destacaram. Foi, sem dúvida, uma olimpíada única, especial, diferente de todas as outras, repleta de feitos e acontecimentos incríveis.
Como sou uma jornalista cinquentona e os jogos acontecem de quatro em quatro anos, já foram muitos durante toda a minha vida, porém, estes foram os primeiros que tive o prazer de assistir de camarote – em minha casa – a todas as competições que senti vontade ou àquelas que aguentei , por causa do fuso horário. Até 2012 eu tinha um trabalho que não me permitia assistir, acompanhar, torcer.
Em 2016, já com um pouco mais de tempo livre, fui uma entre os 70 mil voluntários que atuaram no Rio de Janeiro. Uma grande experiência, embora a distância entre meu alojamento e o local de trabalho não tivessem me permitido acompanhar outras modalidades da forma que eu gostaria. Dentre as pessoas de várias regiões e países que conheci havia muitos que já planejavam se voluntariar para o Japão. Quem poderia imaginar que uma pandemia atrasasse por um ano essa nova olimpíada e afastasse totalmente as plateias das competições?
Tóquio 2020 merece medalha de ouro pelo belo trabalho realizado, apesar de tudo. Por terem conseguido realizar o evento, seguindo todos os protocolos sanitários, com uma linda abertura, com competições organizadas e bem sucedidas e um encerramento simples e belo.
Além disso, essa olimpíada ficará na história por inúmeros motivos. Por ter uma grande e vitoriosa participação de mulheres, inclusive de brasileiras, de jovens a partir de 12, 13 anos, por ter colocado em discussão a saúde mental dos atletas, por ter dado espaço à diversidade, ter contado histórias de superação e apresentado novas modalidades esportivas como o Skate e o Surf, por exemplo. Com manifestações políticas, antirracistas e comportamentais, os atletas souberam usar o espaço não apenas para buscar medalhas e bater recordes, mas para enviar ao mundo mensagens a respeito de suas preocupações e de seus anseios.
Com sua melhor participação em olimpíadas, o Brasil também se fez presente a partir da escolha dos DJs por suas músicas, que embalaram disputas de várias nacionalidades. Quem sabe a partir desses resultados positivos não possamos conseguir mais investimento em esportes e patrocínio para nossos atletas, em um número mais variado de modalidades. Que possamos nos preparar realmente para daqui a apenas três anos fazer ainda melhor. Paris será uma festa?
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Fátima Gilioli
Fátima Gilioli é jornalista e escritora, autora do livro “Código 303 Uma reportagem sobre o alcoolismo, a doença da negação” e da distopia “#EsseFuturoNão!”. Tem participação em antologias como: Mar Infinito, A Rua dos Versos, Cadeira de Mulher - Crônicas, Contos e outros Pontos... Atualmente ocupa a cadeira nº. 18 da Academia Guarulhense de Letras. Ministra palestras sobre Alcoolismo, organiza encontros literários e saraus. Visita escolas, falando sobre escrita literária. Faz trabalhos de revisão de textos e é responsável pelo conteúdo do blog VamosComentar1@blogspot.com.
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