‘Olimpíadas de Paris, o melhor de nós’

Começou o período olímpico e dou-lhe um aviso: Como criança que chorou por nunca ter ganho uma medalha nas olimpíadas da escola, gosto de histórias de superação. Quanto maior o clichê, maior a minha afinidade com o causo. Consumo de forma voraz o jornalismo poético que flerta com a queda das fronteiras nacionais, e intermináveis debates sobre esportes que desconheço as regras ou países que não sei apontar no mapa até o terceiro copo de cerveja, quando, invariavelmente, acompanhado de um pote de amendoim, me torno P.H.D em queda de skate ou turfe.

Sou do tipo que celebra a vitória dos países invadidos, surrupiados, explorados e de gente, até hoje, maltratada, contra os ditos imperialistas. Nas provas de corrida seja 100, 200 ou 300m livres ou aquelas com revezamento toda a minha torcida vai para a queda de um americano ou inglês. Sou assim, pois o meu batizado nas olimpíadas do Rio ocorreu em um único evento. Me juntei a outras centenas de brasileiros que ‘entrou na mente’ de um francês na prova de salto com vara. Ele ficou puto e nós pulamos e cantamos o evento todo. Tempos mais simples pré-rede social.

Ah, viro um aguerrido defensor de alguns atletas que, como eu, não ganharam e não ganharão medalhas, mas vão até o final da prova. Aquele competidor bielorrusso, aquela atleta do Azerbaijão que atravessam a linha de chegada horas depois do primeiro colocado, bem como as ginastas que miram no olimpo e acertam o chão, tomara, sem grave lesão.

Compartilhar:

Curta nossa página no Facebook e acompanhe as crônicas mais recentes.