Adriana Calabró

Crônicas publicadas no projeto.

SINS E NÃOS

Aí a pessoa é cega e joga futebol, e não tem os braços e nada em alta velocidade, e tem uma prótese e voa baixo, pelas faixas da pista. Não, não é superação. É talento, é escolha, é caminho decidido a cada dia, como o de qualquer um de nós. Nas bilhões de pessoas que existem no planeta, as deficiências e habilidades convergem, se atropelam, se expressam, se impõem, são

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FAIRY PLAY

Boxe. Veja só. Uma atividade que me dá nos nervos. Cada pancada daquelas e parece que o choque é no meu corpo. No nocaute, então, a contagem decrescente vai aumentando a gastura no meu estômago. Semicerro as pálpebras, retorço a boca, aperto os dentes. Sinto dores pelo olhar. Mas eis que fecho essa série de crônicas falando justamente sobre essa modalidade de que não gosto e mal consigo assistir. Por

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O TEMPO PERDIDO

Em 2012, Rafa tinha sete anos e embora não conhecesse o esporte pelo nome, adorava os 100 metros rasos. Ele conseguia ver, na televisão do bar, uma corrida quase instantânea de homens e mulheres com pernas muito fortes. A sorte é que o tempo até a linha de chegada era um pouco menor do que aquele em que o dono do bar o tocava dali. Dava para assistir. Ele torcia

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MANIFESTO

Não é engraçado que nosso novo esporte olímpico tenha vindo das ruas? Eu acho emblemático. E um esporte que foi proibido nas ruas por conta do conservadorismo? Acho interessante. E que tenha como uma das principais expressões uma menina, do Maranhão? Acho significativo. Não sei se eu, cheia de querer fazer ligações conceituais esteja me perdendo em símbolos, mas para mim, é tão claro como água. Deixem as ruas mostrar

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TOUCHÉ OLIMPIQUÊ

Era uma sala grande, com várias faixas compridas no chão. Bem compridas. Eu era pequena, então pareciam ainda maiores. Lá no fundo o professor, vestido com um macacão que poderia ser de um bebê de três meses, mas com seus cabelos brancos e desalinhados contrastando. Não se chamava nem Porthos, nem Athos, nem Aramis, mas Silas. E eu ali bisbilhotando onde estariam as espadas e os chapéus de plumas, talvez

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O MAR E O PÓDIO

O meu irmão sabe tudo sobre esporte. Pergunta para ele sobre o ano que uma nova modalidade entrou nas Olimpíadas e ele sabe, pergunta quem foi tricampeão de vôlei, e quem era o líbero, e ele sabe. Futebol, então, é um caso a parte. Ele manja de todos os times, de todos os tempos. Sabe o número da camiseta, idade, número de gols, o nome completo do jogador e até

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