João Nunes

Crônicas publicadas no projeto.

Chorar e agradecer

Para quem conquista medalhas, Olimpíadas são o tempo das alegrias. Para aquelas (es) que não sobem ao pódio, é o tempo de receber e prestar honras por terem, apenas, participado. Elas (eles) levam para casa a nobre atitude que, a cada quatro anos, ecoa como reafirmação do espírito dos jogos. Há duas imagens síntese desse espírito que foram repetidas inúmeras vezes em Tóquio. A primeira: é o choro, que pode

Leia Mais »

Tricô é coisa de homem

Bons tempos estes em que um sujeito famoso, neste caso, o britânico Tom Daley, ouro do salto sincronizado de trampolim de 10m dos Jogos Olímpicos, aparece na arquibancada do Centro Aquático de Tóquio fazendo tricô e que a simpática imagem viralize mundo afora. A propagação massiva da cena nas redes sociais comprova o que eu sempre disse: tricô é coisa de homem. Você disse, homem? A pergunta veio de Guillermo

Leia Mais »

Tenho orgulho de Mim

Racistas, baixem suas cristas de espinhos virulentos, contemplem o poder iluminado da diversidade étnica e curvem-se diante da vitória majestosa de uma mulher, negra e pobre a quem havia restado comer os restos, as migalhas caídas das mesas fartas de comida e vazias de bênçãos e graças da Casa Grande e, mesmo decepcionados, de joelhos, ouvi: Vocês, racistas do mundo, em especial do Brasil supostamente cordial e feliz que insiste

Leia Mais »

Futebol é coisa de mulher

Convidei os amigos Sálvio e o filho dele, Maurício, para assistirem, no meu apartamento, ao jogo da seleção feminina de futebol contra a Zâmbia, acompanhados da requintada cesta de café da manhã do Café Regina. O Sálvio e eu somos aposentados e o Maurício ganhou merecida (e ainda foi pouco) semana de folga, após passar a pandemia inteira trabalhando presencialmente. Sálvio e eu somos velhos companheiros nos jogos da Ponte

Leia Mais »

Retratos impressionistas

No meu primeiro contato com a Olimpíada, dia da cerimônia de abertura, pensei em Monet. Imaginei-o olhando paisagens, fazendo recortes e colhendo fragmentos visuais a fim de transformá-los em arte. Nem precisaria, mas adianto-me em dizer que não estou me comparando ao pintor francês. Refiro-me ao método. O impressionismo se caracteriza pelo olhar pessoal daquilo que se observa. Não o oficial, não o formal, não o burocrático. Foi assim que

Leia Mais »

Ao vivo em Tóquio

Três anos atrás, Kiyoshi Ohno veio ao Brasil atrás de artistas que tivessem agenda disponível para fazer temporada de um mês, de quinta a domingo, durante a Olimpíada no Bar do Tom, de propriedade dele, em Tóquio, ponto de encontro de japoneses apaixonados por bossa nova. Na época, Marina e eu formávamos a dupla David Muniz e Marina Cerqueira e cantávamos às quintas, no Ilustrada, o bar mais badalado de

Leia Mais »