Sergia Alves

Crônicas publicadas no projeto.

O baile ou o calção de Ana Patrícia e Duda

Entardecer de sexta-feira. Termino o último compromisso. Ponho o vinho branco no gelo e ligo a TV. Meu coração aos saltos. Primeiro set, que alívio. O segundo aperta o meu peito de um jeito que acho que desta vez não escapo. Tie-break. Respiro. E elas estão lá pra me dizer: calma, vai ter jogo. E teve. A coisa esquenta. O DJ entra em campo: “Imagine all the people living life

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Temas atravessados

Envolver-se na atmosfera olímpica é ter oportunidade de pensar os temas que cruzam nossos dias ao sabor do acaso. O inesperado. Assim como uma baleia que de súbito resolve fazer o seu Aéreo no mar de Teahupoo. Outside, é claro, mas roubando a cena promovida pelas câmeras focadas em uma competição de surf. Embora não fosse tão inesperado assim, um gol do atacante francês Jean-Philippe Mateta deu a vitória da

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A mais velha

Parecia uma terça-feira qualquer. Mas no meio do dia havia as imagens da Arena Bercy em todos os canais. Depois de assistir ao espetáculo que levou a equipe de ginastas brasileiras ao bronze de ouro, eu não conseguia me desligar das notícias. Chamou a minha atenção o uso repetido da expressão “a mais velha”, como qualificação de Jade Barbosa. Ora como o estereótipo da irmã que carrega o sentimento de

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As meninas num domingo

É domingo. Sem missa nem praia, mas com céu de anil. Ops! Aqui, no inverno a alguns graus do equador, mas no verão de Paris o céu é de nuvens leves e branquinhas. Não importa, é dia de tomar um preguiçoso café em frente à TV, sentindo a brisa que vem da varanda. São sete horas da madrugada. E a menina Raissa Leal está lá com fones de ouvido, unhas

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Navegar é preciso

O biógrafo Plutarco, no século II, escreveu que Pompeu, o Grande (Cnaeus Pompeius Magnus – Século I a.C), dizia aos marinheiros acuados diante de uma tempestade: “Navigare necesse est; vivere non est necesse”. Muito depois veio Fernando Pessoa e seus poemas em língua derivada, querendo para si o espírito da frase que hoje uso como título. Ao mesmo tempo em que reverenciava seus ancestrais e o desafio de limites entre

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Os cara é grande mas nós é ruim

Antes que me crucifiquem por assassinato da língua portuguesa, esclareço: tomo de empréstimo a fala de uma personagem do filme Meu nome não é Johnny, Mário Lima (2008). A ideia veio do nadador Bruno Fratus que a repetiu, com muito humor, para não se abater diante dos que citavam os seus 1,87m de altura como dificultador para bons resultados olímpicos como os alcançados pelos gigantes velocistas Florent Manaudou (1,99m), Nathan

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O salto da periferia

Quando Daiane dos Santos saltou para o ouro no solo de Anaheim (USA), a travessa Rebeca Andrade dava seus pulinhos no chão de dona Rosa. Levada para fazer um teste em um projeto social da prefeitura de Guarulhos (SP), ouviu da treinadora responsável em tom de brincadeira: “Uau! essa é a futura Daiane dos Santos!” O “Brasileirinho de Daiane” abria não apenas os olhos de profissionais, mas as lentes do

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Menina veste azul

É madrugada de segunda, uma menina veste azul e faz o Brasil sorrir. É madrugada ainda, anunciando uma semana nova e uma menina de azul nos faz chorar. Um choro novo. O choro bom, necessário, que lava o peito como as águas do Tocantins sobre a praia do Cacau. A menina de azul aprendeu a cair e levantar sorrindo. A menina de azul tem asas fora da roupa. A menina

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O filho de Vera Mossa

O site no ar, o futebol em campo e eu cheia de urticária esperando a abertura oficial dos jogos olímpicos de Tóquio. A velha mania: gosto de começar pelo começo! Pois bem, a pira olímpica está acesa e já brilham as primeiras medalhas. Por falar em fogo, também gosto dos pequenos detalhes. São eles que acendem a chama em mim. O primeiro deles: estamos assistindo a Olimpíada Tóquio 2020 em

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