É madrugada de segunda, uma menina veste azul e faz o Brasil sorrir. É madrugada ainda, anunciando uma semana nova e uma menina de azul nos faz chorar. Um choro novo. O choro bom, necessário, que lava o peito como as águas do Tocantins sobre a praia do Cacau.
A menina de azul aprendeu a cair e levantar sorrindo. A menina de azul tem asas fora da roupa. A menina de azul sucumbe a uma manobra difícil. Não se intimida. Recomeça. Há um caminho. Ou seria uma pista imitando ruas? Erra novamente. Faz parte. Novas manobras são bem-vindas. Transparente, honesta consigo mesma, recusa o uso da malandragem.
A menina que veste azul cresce. Dança. Desliza sobre rodas. Insiste. Avança. Espera. Seria aquela madrugada o instante da virada?
Jeito de moleca, a menina de azul se diverte como se estivesse na praça Mané Garrincha ou na rampa da escola sob olhar vigilante da diretora. Liberta dos modelos hipócritas, radicaliza. Joga futebol nas horas vagas. Rayssa é feliz.
Voa, menina! Ao vento pouco importa a cor que embala a fragilidade do teu corpo. É prateado o movimento das tuas asas.