Elisa Marina

Crônicas publicadas no projeto.

É cem!

De repente cem medalhas. Sem nenhuma pretensão, sem muitas delongas, sem falsa modéstia, sem qualquer forma de tapetão. São cem medalhas douradas conquistadas ao longo dos jogos paralímpicos, e que cuja marca foi alcançada agora, em Tóquio, por sinal a edição com a melhor participação da história do Brasil, com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes. Nossos atletas paralímpicos são cem, todo eles, incluindo aí Thiago Paulino, dono da

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Qual é o laço que nos liga?

Um laço, feito com uma fita. Um laço, afeto que nos liga. Elos de ligação, abraço, o entrelaçar-se dos corpos. Quando criança, as tranças do meu cabelo eram feitas com fitas, muitas delas e de toda as cores, e que com um laço minha mãe dava o toque final ao acabamento. Doía a puxada no cabelo para que o resultado saísse perfeito. Hoje, as tranças dos penteados infantis ficaram no

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Porque não é sobre superação, mas pertencimento

Segunda-feira, eu começo a dieta. Na terça-feira, eu paro de fumar. Já na quarta-feira, eu me matriculo na academia. E na quinta-feira, eu inicio o curso de inglês. No dia seguinte, sexta-feira, eu troco a pilha do relógio. No sábado, eu levo o secador para arrumar. E no domingo, eu me arrependo por não ter conseguido cumprir as metas da semana que eu me propus, então eu inicio um novo

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Para tudo!

Para tudo! Para ver. Para apreciar. Para assistir. Para sofrer. Para chorar. Para solidarizar-se. Para torcer. Para não dormir. Para entusiasmar-se. Para encantar-se. Para vibrar. Para vislumbrar. Para implorar. Para rezar. Para cantar. Para registrar. Para curtir. Para compartilhar. Para postar. Para vivenciar. Para ouvir. Para ler. Para mim, um texto. Para você, uma leitura. Para a imprensa, registros. Para eles, competição. Para os pescoços, medalhas. Para o Brasil, idolatria.

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Medalha de ouro para Jonne

Imagina estar em casa, nadando por águas calmas, e de repente ter seu aquático mundo invadido. E que diferente do morador, as estranhas invasoras usam pés e mãos para nadar? Sabemos que numa Olimpíada o foco são os atletas, aqueles que competem em modalidades esportivas, mas se fosse possível uma licença não poética mas artística nessa edição, Tóquio deveria conceder ao fotógrafo por trás dessa obra uma medalha de ouro.

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Mano-obras!

Mano-obras! No meu passado muito distante, as minhas tentativas em cima de um par de patins foram deveras desastrosas. Muitas informações que não se encaixavam: equilibrar-se, curvar o tronco levemente para frente, flexionar um pouco os joelhos, arriscar um primeiro passo, no caso o direito, dar um impulso, e rapidamente trazer junto o pé esquerdo, para então deslizar sobre o asfalto, ou qualquer solo firme e seguro. O skate, então,

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O que, afinal, combinamos com os russos?

Madrugada aqui no Brasil, qualquer horário lá na Rússia que não me importa qual, porque havíamos combinado com os russos de que nos encontraríamos em quadra em Tóquio, mas no horário japonês. Combinamos, também, com os russos que entraríamos com o nosso time dourado, iniciando a partida com Bruninho, Wallace, Leal, Lucão, Lucarelli, Mauricio e o líbero Thales, mas que se fosse preciso e necessário, como assim o foi, teríamos

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Barreiras de um cotidiano

Chico, todo dia ela faz tudo sempre igual. A nossa trabalhadora salta da cama às seis da manhã. Engole um café às pressas, e depois de duas horas no ônibus, salta no terceiro ponto da avenida dos bancos. E após cinco horas e meia de um árduo expediente, salta os olhos sobre a marmita requentada porque é preciso combater a fome para resistir às próximas cinco horas finais de trabalho

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A luz do sabre de Darth Vader

A guerra é nas estrelas, e Darth Vader, a figura nebulosa por trás do lado sombrio da força, assusta. Ele tem uma ruidosa respiração mecânica e um andar em marcha, marcas de um Darth Vader que eliminou de si o lado humano que um dia lhe pertenceu. Para usar de metáforas, pode-se dizer que muito além do vermelho sangue, é também sombria a luz do sabre de Darth Vader, que

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Quando se é uma estrela

Simone Biles entra no ginásio Ariake Centre, mas ao invés de caminhar com a equipe técnica para onde os aparelhos estão instalados, segue em direção à arquibancada, e durante toda a competição da ginástica artística Simone Biles é gente como a gente. A estrela da ginástica artística, com seus ouros mundiais e olímpicos, está na plateia para se deleitar com os feitos de TODAS as competidoras, e não somente as

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