Quando se é uma estrela

Simone Biles entra no ginásio Ariake Centre, mas ao invés de caminhar com a equipe técnica para onde os aparelhos estão instalados, segue em direção à arquibancada, e durante toda a competição da ginástica artística Simone Biles é gente como a gente. A estrela da ginástica artística, com seus ouros mundiais e olímpicos, está na plateia para se deleitar com os feitos de TODAS as competidoras, e não somente as norte-americanas.
Como é de conhecimento geral, a ginasta norte-americana Simone Biles desistiu de competir na final do individual geral, prova em que as chances de conquistar a medalha de ouro seriam enormes. A justificativa? Esgotamento mental. Simone Biles quer preservar a sua saúde mental, e retirar-se da competição foi a sua mais importante decisão.
Diz o senso-comum que gentileza gera gentileza. Mas gentileza também abre espaço para novas campeãs. Por isso, poderia parecer absurdo pensar que uma atleta tenha desistido de competir por simplesmente ter cansado de ganhar? Num mundo extremamente competitivo sim, mas Simone Biles pode também ser alguém a fazer desse mundo um lugar mais gentil. E abrir espaço para outras meninas experimentarem o gostinho de um pódio é uma atitude para poucas, talvez somente para as lendas.
Com a desistência de Biles, a brasileira Rebeca Andrade conquistou a medalha de prata, um feito inédito para a ginástica artística feminina do Brasil. É óbvio que muitos se perguntam: com Simone Biles na competição, Rebeca teria lugar no pódio? Não sabemos. Mas a depender da vibração de Simone Biles com os feitos da brasileira essa pergunta não ocupará lugar na cabeça daquela que agora o que mais quer é preservar a sua saúde mental.
Foto: TV Globo

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