Tóquio 2020-21

Dois ouros, nas alturas.

Foi uma festa. A alegria foi tamanha que Tamberi, italiano que disputava o Salto em Altura, se jogou na pista e rolou e cambalhotou e mostrou todos os dentes numa gargalhada contagiante. A ideia de dividir o ouro foi de Barshim, um tímido e meio sorridente atleta do Catar, nós dois merecíamos, ele disse, e como!, eu afirmo, mas já que nem tudo são louros com grandes girassóis compondo um

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Dos lances que são bolas fora

Nem todo lance é digno de comemoração. E nem adianta discutir, tem bola que não entra. Digo da bola fora provocada pelos meninos do futebol que subiram ao pódio em Tóquio 2020 gritando um dos protestos mais nada a ver da história dos Jogos Olímpicos. Não, nada como Jesse Owens versus Hitler na Berlim de 1936, nada como Tommie Smith e John Carlos na luta contra o racismo na Cidade

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Dourado, a cor do pecado

Ela acordou naquele dia com a certeza de que encontraria alguém que a merecesse. Vestiu-se com um longo dourado, que a deixou exuberante. Queria alguém que pudesse carregá-la, amorosamente, para sempre. Ele sonhava com alguém como ela, ao seu modo, desde criança, no início timidamente, mas na vida que segue, sobretudo nos últimos quatro anos, ardorosamente. Esteve na companhia de algumas rainhas, uma delas bronzeada, mas nada que o fizesse

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Medalha para o Japão

Um dia depois do encerramento da Tóquio 2020, já sinto saudades das emoções experimentadas, da expectativa do início, da maratonagem nas madrugadas, das torcidas pelos atletas brasileiros, da admiração provocada por estrangeiros que se destacaram. Foi, sem dúvida, uma olimpíada única, especial, diferente de todas as outras, repleta de feitos e acontecimentos incríveis. Como sou uma jornalista cinquentona e os jogos acontecem de quatro em quatro anos, já foram muitos

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O que também esteve em jogo nos Jogos

Desconfio que todo mundo que já se debruçou um pouco em estudar sobre o fenômeno esporte, principalmente no ambiente acadêmico, ouviu a expressão: que ‘o esporte não é bom ou mau, mas será sempre aquilo que fizermos dele. Ou então: o esporte pode formar tanto patifes quanto homens virtuosos. Essas paráfrases advém das formulações teóricas do francês Pierre Bourdieu, um dos sociólogos mais respeitados do século XX, e do sociólogo

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Nas Paralelas

Nas paralelas Eles se superam, batem recordes e vivem momentos de pura adrenalina. Nas “paralelas” das Olimpíadas oficiais, são outros profissionais que merecem o pódio. Como não ficar de boca aberta com aquele pessoal que se coloca no meio da pista de arremesso de martelo, sem capacete, para conferir as marcas dos atletas? Eu não me atreveria nem a assistir da arquibancada. É muita coragem e amor pelo esporte! E

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até Paris….

que cool o encerramento , cool e antenado novos tempos : adorei ´o soprano´ kitsch-cult cantando hino olímpico e o astronauta francês anunciando Paris 2024 com saxofone tendo pano de fundo ´skyline´ dos astros e nossa problemática Terra lá embaixo esperando relatórios dramáticos sobre o clima! ó Deus que delícias de dias sem lembrar derretimento de geleiras mesmo que com coração partido pelo fogo no berço dos jogos nossa amada

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Huxley nos defenda….

imaginar que um programa aplicativo o que seja de aparato de inteligência artificial capaz de compor um poema ? os exoesqueletos e os carros sem ´chauffeur´ ( sou do tempo desse termo pedante ) já estão pelas beiradas mãos biônicas os hologramas onipresentes mas inegável que a ´maneirice´ das dos atletas todas todos todes brasileiros ( qual neutro de gentilícios ?)  não são reproduzíveis em modo digital algum !  faz

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Navegar é preciso

O biógrafo Plutarco, no século II, escreveu que Pompeu, o Grande (Cnaeus Pompeius Magnus – Século I a.C), dizia aos marinheiros acuados diante de uma tempestade: “Navigare necesse est; vivere non est necesse”. Muito depois veio Fernando Pessoa e seus poemas em língua derivada, querendo para si o espírito da frase que hoje uso como título. Ao mesmo tempo em que reverenciava seus ancestrais e o desafio de limites entre

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FAIRY PLAY

Boxe. Veja só. Uma atividade que me dá nos nervos. Cada pancada daquelas e parece que o choque é no meu corpo. No nocaute, então, a contagem decrescente vai aumentando a gastura no meu estômago. Semicerro as pálpebras, retorço a boca, aperto os dentes. Sinto dores pelo olhar. Mas eis que fecho essa série de crônicas falando justamente sobre essa modalidade de que não gosto e mal consigo assistir. Por

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