Crônica

DUVIDA?

Um vai disputar o ouro na natação. Quem ouve, logo duvida. Já o outro prefere correr os 100 metros rasos. Quase ninguém acredita. Ela disse que nasceu para jogar vôlei sentado. Como assim? – pensam os incrédulos. No badminton, dizem, a moça é um arraso. Em comum entre eles, apenas uma característica: são todos Pessoas Com Deficiência. E nós, os mortais em total integridade de nossos corpos, assistimos bestificados às

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Como é que isso tudo começou?

Os jogos olímpicos e seus recordes me deixam estupefato, já os paraolímpicos (1), vexado. Confesso que a vergonha passa à medida em que penso como a humanidade, entre tantas aberrações, tem seus momentos de esplendor. A pessoa que tem alguma deficiência e se torna atleta é um deles. Chico Buarque tem aquela música que brinca com os antigos almanaques, publicações com pequenos textos versando sobre tudo. Me lembro especialmente dos

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NEM STEVEN SPIELBERG IMAGINARIA

Aquele começo do filme “Tubarão” (Jaws), de Steven Spielberg, com aquela trilha sonora de John Williams, vem-me à mente no momento em que li a seguinte informação: participa destas Paralimpíadas 2024 a nadadora dos Estados Unidos que teve a perna esquerda amputada por um tubarão. Exatamente isso: Ali Truwit, numa viagem de celebração de formatura universitária às Ilhas Turcas e Caicos, no ano passado, sofreu o ataque de um tubarão.

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PARALIMPÍADA CIDADÃ!

O lema do Barão Pierre é mais do nunca evocado. “O Importante É Competir” é um verdadeiro libelo na necessária busca da paz e fraternidade entre os povos. Como sempre, faço dele o meu mantra! No exato momento em que escrevo alguém padece em algum lugar do mundo os horrores da guerra, da fome, das múltiplas intolerâncias que assolam a humanidade. Não é que o importante seja apenas competir; é

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SOMOS TODOS DEFICIENTES

Os jogos paralímpicos são destinados aos atletas que possuem algum tipo de deficiência. Não sendo propriamente atletas, creio que todas as pessoas possuem algum tipo de deficiência, além da física, motora, mental. Somos deficientes em vários níveis, incluindo a espiritual, a intelectual, a social, a sexual. Vou mais além: somos deficientes em escala planetária, incapazes de absorver a compreensão do universo. Incapazes mesmo de preservar nosso sofrido planeta. No caso

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Portas da Esperança

Antigamente, os estúdios do canal de televisão ficavam pelas redondezas. Eram tempos diferentes nos quais as crianças corriam soltas pelas ruas, os jovens se entreolhavam pela praça e os adultos compravam no mercadinho do bairro. Eu passava sorrateiramente na porta da emissora, torcendo para encontrar um artista, mas só escutava a voz de um senhor sorridente de terno e microfone no peito. Todo domingo, diversas caravanas chegavam cedo e tomavam

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Mal humor de um sábado à noite

Vocês conhecem o Ricardinho Alves? Carol Santiago? Daniel Dias? Terezinha Guilhermina? Gabriel Araújo? Mariana D’Andrea? Vocês, caros leitores, conhecem algum dos 280 brasileiros que compõem a delegação que nos representará nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024? Pois não, mas deveriam. Todos os brasileiros acima são medalhistas paralímpicos, quem mais poderiam ser? Os Jogos Paralímpicos tiveram a primeira edição em Roma em 1960. Apenas em 1992, em Barcelona, as Olimpíadas e Paralimpíadas

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Um abraço

Peço desculpas pela crônica tardia. O trágico, o absurdo e a tristeza, sucessivos e concentrados, me atingiram particularmente de tal jeito que perdi o paladar por escrever. Não digo que vai passar tão logo porque até o tempo paralisou, mas as teclas sempre me salvam. É por isso que eu insisto. Cá estou meio troncho fazendo questão de registrar o que considerei uma das coisas mais lindas que vi no

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Valentia!

Para quem pode mais do que você. Para quem exerce melhor do que você. Para quem tem mais foco do que você. Para quem pode te ensinar mais do que você aprendeu. Para quem tem muitas mais dificuldades do que você. Para quem pode ser mais do que os outros esperam. Parlimpíadas. Prestigie.

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Au revoir

Sentirei falta de narradores chatos transmitindo ping-pong como final de Copa. Sentirei falta de acordar cedo para assistir a uma prova de tiro com arco e descobrir que perdi a final porque ela já havia acabado há duas horas. Sentirei falta de tentar entender as regras do badminton e me perguntar por que aquilo é um esporte olímpico. Sentirei falta de ver gente competindo em esportes que ninguém liga, como

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