SOBRE UM CERTO DESFILE EM PARIS

Nosso futebol já foi despachado da Copa América. Agora é hora de pensar em Paris. Muito mais elegante, não é? Teria tudo a ver. A golinha levantada e os cabelos revoltos num Fluffy Edgar, um legítimo Undercut disputando olhares com o Low Fade, vindo lá da zaga uma trança nagô ofusca o corte Buzzed.
Poderíamos torcer pelas tranças ou pelos cachos. Ou pelos diversos cortes na régua. Olharíamos para as cabeças. Porque, para os pés, seria perda de tempo. Haveria, claro, bailados, gingas e rodopios. Mas nada que resultasse em vitórias. Apenas estilo, charme, veneno. Jogo mesmo, só de cena.
Pisaríamos o solo francês no mais alto padrão de elegância, comme il fault. A bola, certamente, não se importaria em ser mera coadjuvante. O gramado não se sentiria diminuído ao se tornar passarela. Os estádios seriam elevados a Maisons.
Nas orelhas, os mais estilosos brincos faiscariam aos raios do sol parisiense. Sem contar que arrebataríamos os olhares invejosos dos mais renomados estilistas, impressionados com as cores exóticas das chuteiras.
Nunca tivemos uma seleção tão elegante. O resto é só futebol.

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