Olimpíadas – uma crônica com bom-senso

Costumo ver a abertura dos jogos olímpicos, as delegações como se apresentam, algumas com um número absurdo de atletas, outras com um atleta só. Antes, usavam conjuntos esportivos que chamávamos de abrigo; hoje usam ternos impecáveis ou túnicas, batas e turbantes, chapéus, camisas floridas ou o que represente o traje típico de cada país. Desfilam carregando, junto com a bandeira, o sonho – ser o melhor do mundo. Onze mil atletas, 206 países. Delegações solenes, compenetradas ou descontraídas, discretas e até animadas demais. É o orgulho de representar o pedacinho de terra onde cada um nasceu. Isso me comove.
O Brasil não aparecia nunca, eu já estava aflita. Só depois soube que a ordem alfabética era outra e que não foram todos para evitar maior exposição. Achei justo.
De repente, 1824 drones brilham no céu e formam um gigantesco globo terrestre. Engenheiros da Intel trabalharam duro para programar o computador que comandou a cena. Ensaiaram durante dias testando cada trubisquinho daqueles. Japão sem tecnologia é macarrão sem queijo, vamos combinar. Foi show.
Por mais que o Japão tenha se esforçado para fazer o melhor espetáculo, e acredito que fez, a pandemia conseguiu roubar a cena, infelizmente. A ausência de público, na minha opinião, foi devastadora. Criou uma atmosfera estranha, sem graça, sinistra até. Bem diferente do que se costumava ver.
A não ser nas aulas de educação física, nunca pratiquei esportes, por educação e por vocação mesmo. Não sei andar de bicicleta, nem de patins. Só aprendi a nadar mais ou menos recentemente. Sei jogar pingue-pongue e, nos velhos tempos jogava queimada. Ficava encantada assistindo treinos de esgrima no clube, achava elegante, mas nunca consegui convencer meus pais. Hoje, com muito esforço, faço exercício porque todo mundo precisa fazer.
Apesar da minha incapacidade, tenho grande respeito pelo esporte e algumas modalidades me encantam pelo talento e pela determinação exigidos. Surf me hipnotiza! Fico pensando como pode… Assisto por horas, se deixar. Tive vontade de sair correndo e abraçar o Ítalo. Que lindo! Ele, e o que ele conseguiu! As meninas do vôlei, bravas nos dois sentidos; a Marta de batom vermelho, a Fadinha, aquela menininha, quem diria? A impecável Rebeca Andrade, e a menina do cabelo verde-amarelo. Vôlei de praia, não entendo muito, mas deve ser difícil pra chuchu. Que corpo lindo eles e elas têm! Ginástica olímpica, natação, saltos ornamentais, basquete, futebol… Ficaria aqui horas divagando, comentando fragmentos do que vi.
O globo terrestre feito de luzes que pairam no céu… Com o slogan “Unidos pela Emoção” refletiu a força unificadora do esporte. Uma demonstração incrível do trabalho dos engenheiros e do que a tecnologia pode criar. Ficamos maravilhados. Porém, nada se compara aos esforço de cada atleta que dedica sua vida ao esporte.
Desde pequenos, como soldadinhos disciplinados, antes que o dia comece já estão treinando. Não desistem. Choram, sofrem decepções que rebatem com superações, mas não desistem. Arrebentam ligamentos, quebram ossos, esgarçam músculos, criam calos, estouram bolhas e aprendem a competir com dor.
Desfilam carregando, junto com a bandeira, o sonho de ser o melhor do mundo representando o pedaço de terra onde nasceram!

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