A CONVOCAÇÃO FRANCESA

A poucos dias do início das Olimpíadas de Paris, finalmente a França revelou os componentes da sua delegação. Vamos a eles:

Napoleão, do alto de seu cavalo branco, disse: o hipismo “est avec moi”.

O técnico Alexandre Dumas, convocou os 3 Mosqueteiros para o Basquete de 3.

Victor Hugo, famoso por suas volumosas obras, afirmou que vai correr a maratona na frente de “tous les miserables”.

Asterix foi confirmado no arremesso de martelo e Obelix no levantamento de menir, quer dizer, de peso.

Luis XVI mandou lustrar a sala dos espelhos de Versailles para sua mulher Maria Antonieta treinar radiosa e fazer bonito na ginástica rítmica.

Jacques Cousteau analisou o rio Sena e afirmou que no remo era ele e mais ninguém.

Julio Verne disse que depois de 20 mil Léguas Submarinas, nadar a maratona aquática era bico.

Alain Delon e Brigitte Bardot vão fazer a mais bonita dupla na ginástica artística.

Marat e Rousseau, participantes fundamentais na queda da Bastilha, vão ao judô e afirmaram: “de queda a gente entende”.

Jacques Tati tirou férias e já está treinando sob o sol da Cote D’azur para brilhar no vôlei de praia.

Joana d’Arc e D’Artagnan, exímios espadachins, confirmadíssimos na esgrima.

Luis Fernando, Delfim da França, proclamou em alto e bom som: saltos ornamentais deixa comigo, meu rei.

Marcel Proust, inspirado em seu livro Em Busca do Tempo Perdido, afirmou que vai encontrar seu tempo e marcar um novo recorde nos 100 metros rasos.

Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre informaram que, além de reeditar Les Temps Moderns em edições extras, farão uma dupla politicamente correta no badminton, sem deixar a peteca cair.

Voltaire puxou a carteirinha de filósofo iluminista e defensor da liberdade de pensamento para ser o árbitro geral dos jogos.

Charles De Gaulle disse que está voando e que general é que entende de tiro ao alvo.

René Lacoste já está nas quadras de tênis e, com seus elegantes golpes, avisou que está mais perigoso que um jacaré.

Coco Chanel, com suas mãos mágicas, ressaltou que topa jogar handball em qualquer posição, mas que o Nº 5 é dela e ninguém tasca.

Renoir, Monet, Manet, Delacroix, Courbet, Pissarro, Ingres, Degas, Cézanne, Gauguin, Toulouse-Lautrec, titulares da seleção, avisaram que futebol arte é com eles mesmos e só farão verdadeiras pinturas de gols.

Agora, só nos resta aguardar os poucos dias que faltam para ouvir esses grandes franceses entoarem a plenos pulmões a lindíssima Marseillaise: “Allons enfants de la patrie… Le jour de gloire est arrivé”.

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