Neste ano, teremos olimpíadas, o que nos propicia a possibilidade de ouvirmos hinos de muitos países durante as cerimônias de entregas de medalhas. No caso do hino do país sede desta edição dos jogos, a França, no último dia 25 de abril, completaram-se duzentos e trinta e dois anos desde que foi cantado a primeira vez, em 1792.
Composto por Claude Joseph Rouget de Lisle, La Marseillaise, ou a Marselhesa, em português, nome com que a canção é mundialmente conhecida, é considerada por muitos como o hino nacional mais bonito, dentre aqueles de mais de duzentos países independentes do planeta.
A princípio, era apenas uma canção revolucionária, chamada Canto de Guerra para o Exército do Reno, feita com a intenção de encorajar os soldados na luta que acontecia na fronteira com a Alemanha depois de declarada a guerra contra a Áustria, em abril de 1792. Composta por um músico amador e oficial da divisão de Estrasburgo, a pedido do prefeito daquela localidade, Philippe-Frédéric de Dietrich, durante aqueles anos que se seguiram à Revolução Francesa, ela adquiriu muita popularidade, sobremaneira entre os soldados das unidades do exército de Marselha, donde derivou seu epíteto que acabou por batizar a composição que se tornaria o hino de seu país.
Chegou à Provença, entoada por viajantes e soldados federados retornados do front e logo se tornou sucesso também em Paris, depois de ser entoada pelos combatentes marselheses na longa marcha a pé de volta à capital francesa por onde passaram a caminho de casa. Meses depois de ser entoada pela primeira vez, o jornal La Chronique de Paris noticiava sua força nas vésperas de ela ser cantada pelos revolucionários durante a tomada do Palácio das Tulheiras, episódio em que a família real foi expulsa dali. Aliás, foi ao lado deste palácio, na Praça do Carrossel, que se montou a guilhotina que decapitou Luís XVI e Maria Antonieta, entre tantos outros.
Foi ainda em 1792, um mês depois da tomada de Tulheiras que o exército revolucionário venceu a batalha de Valmy com os contrarrevolucionários da nobreza francesa e seus aliados austríacos e prussianos. Depois da vitória, o ministro da guerra francesa, Servan de Gerbey, escreveu ao comandante Doumouriez, que estava à frente do exército revolucionário, que a Marselhesa era o Te Deum da República.
Não tardou, em 1795, a canção foi instituída pela Convenção Nacional, nome dado ao regime instaurado na França após a revolução, como o hino nacional que os franceses esperam ouvir repetidamente durante os jogos que se estenderão de 26 de julho a 11 de agosto de 2024.
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Luiz Eduardo de Carvalho
Luiz Eduardo de Carvalho é escritor e editor paulistano, nascido em 1965, foi professor, publicitário e assessor de imprensa, jornalista e gestor cultural nos âmbitos público, particular e do terceiro setor. Dedica-se exclusivamente à produção literária desde 2015, já recebeu mais de 110 prêmios literários e publicou: O Teatro Delirante, Retalhos de Sampa, Sessenta e Seis Elos, Frasebook, Xadrez, Quadrilha, Evoé, 22!, O Pirata Grilheta e os Dragões do Mar, Um Conto de Réis (e de Rainhas), Crônicas do Ofício, Curtas-metragens, Cabra Cega, Q Absurdo!, Multiversos, Mãos de Deus - Biografia do Padre Júlio Lancellotti e Os Primeiros Músicos e Bicho-da-Seda.
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