Se o Brasil tivesse ganho da Espanha por 1 X 0 graças ao golpe de sorte e os milagres da Lorena, poderíamos considerar que o Brasil teve mais sorte que juízo. Mas o que se viu em campo foi uma seleção brasileira ousada, que pressionou a esquadra espanhola desde o primeiro minuto e que se tivesse aproveitado metade das oportunidades criadas, teria aplicado uma goleada história na atual seleção campeã do mundo. Se tivéssemos marcado 6 ou 8 gols não seria surpreendente.
A atitude do Brasil surpreendeu a Espanha, que esperava um time encolhido, preparado para atuar no contra ataque. E a sorte caprichou quando, ao pressionar a saída de bola delas, um chute apressado acertou a própria companheira e foi para o fundo das redes. Sorte?
O que se viu em seguida foi uma Espanha querendo marcar a qualquer custo e abrindo fissuras em sua defesa. O Brasil nem precisava trabalhar toques de aproximação: bastava um chutão pra frente para encontrar uma atacante em condições vantajosas. Perdemos vários gols assim e o torcedor entrava em pânico temendo a máxima “quem não faz toma!” Ainda no primeiro tempo, um alívio ao marcarmos o segundo numa linda jogada. Golpe certeiro e aqui foi puro juízo: armamos uma arapuca e as espanholas caíram como patinhas!
Veio o segundo tempo e foi como um sonho. A seleção brasileira encarava igual e quando elas tinham oportunidades, acertavam o gol mas a goleira Lorena havia decretado: “¡Aquí no pasarán!”
E não passaram MESMO!
O mesmo não se deu do lado da Armada Espanhola. Fizemos o terceiro gol com requintes de crueldade, acertando primeiro a trave e enquanto elas preparavam para dizer UFA, escapamos!, fizemos tabelinha de cabeça e Adriana Silva sapecou! Tomem papudas! Pimba: 3 X 0 fora o baile.
Um lance fortuito, um escanteio e elas marcaram de cabeça e não é que coloquei barbas de molho? Aiaiai! Temi que desse um “branco” nas nossas meninas. Faltavam uns 6 minutos, mais o tempo extra que as árbitras adoram dar contra o Brasil! Podiam dar 15 minutos ou meia hora! Os próximos 5 minutos seriam cruciais.
E como foram cruciais! A pequeña notável Kerolin roubou a bola no meio campo e desembestou! Parecia o velho Usain Bolt, de saias! Diante da pobre goleira, caprichou no requinte crueldade e com extrema frieza esperou abrir as pernas e tocou bem no meio.
Marcaram mais um gol e de novo sentí medo de dar “branco”, ainda mais quando a juíza parece ter se confundido. Deve ter pensado que o jogo estaba empatado e entrou direto na prorrogação de 15 minutos!
Informaram a juíza que não tinha prorrogação, que o Brasil tinha feito 4 gols e tomado dois, mas a juiza não quis saber! Quem pode manda, o resto obedece! Quem pode e manda no campo é ela, juíza!
Completou os 15 minutos da prorrogação, ela passou mais dois minutos e parece ter visto o placar eletrônico e se tocado. Como dizia um antigo narrador: “fecharam-se as cortinas e terminou o espetáculo!” Tivemos sorte, juízo e competencia, mas tem gente que não sabe perder! Cadê o espírito olímpico?
Ao final da partida, a atacante Jenni Hermoso estaba fula da vida! Possessa, esbravejou que aquilo que as brasileiras praticaram não era futebol!Ué! Num primeiro momento estranhei, mas logo depois entendí! Sim, ela tem razão! Aquilo que nossas meninas praticaram foi pura magia!!!