E mais um Jogos Olímpicos estão chegando ao fim.
Tokio 2020 vai deixar saudades.
Olimpíada que tivemos que esperar por um ano a mais, sem ter muito a certeza que chegaria mesmo em 2021.
A pandemia presente. Protocolos. Muitos protocolos, poucas vacinas. Lá no Japão.! Quem diria? Dizem que o japonês é desconfiado, deve ser verdade.
Estive lá no final dos anos 90 mas não percebi isso. Fiquei deslumbrado com tanta civilidade, com tanta educação, com tanta igualdade.
Não tem como ir ao Japão e não ficar deslumbrado com o país e a cultura do seu povo.
Enfim, sacaram a torcida de última hora e assim vieram os Jogos Olímpicos.
Em silêncio – como são as coisas no Japão.
Dia lá, noite aqui.
Dia aqui, noite lá.
Noites mal dormidas, dias mal acordados.
Demorou pra engrenar, nem sei se engrenou, mas foi suficiente para sentir mais uma vez, aquele bem estar e felicidade do espírito olímpico.
Jogos, competições, atletas e suas nações em disputas por vitórias e medalhas.
Alguns esportes que só acompanho, torço e entendo a cada quatro anos.
E teve tanta novidade! Teve o skate e o surf pra dar um ar mais leve e jovem.
E as categorias mistas que mostraram que homens e mulheres podem competir juntos.
A ginasta respeitando seus limites emocional e humano acima de qualquer cobrança olímpica.
O atleta preferindo dividir medalha de ouro a ter que disputar um desempate.
E teve as redes sociais bombando, com barraco e muita baboseira, claro, mas também com muita solidariedade e apoio.
Teve a explosão do ouro dos vencedores. A prata e o bronze sentidos como derrota, mas também comemorados como grande vitória.
E aqueles que sequer subiram ao pódio ou ficaram muito longe dele, o que importa?
Pra nós, brasileiros, na maioria das vezes não há derrota na prata, bronze, quarto, quinto ou décimo lugar, que seja.
Dói num primeiro momento, é verdade, mas acabo tendo empatia com os atletas e tudo vira vitória.
Como não vibrar, comemorar e se emocionar com o quarto lugar do nosso arremessador de peso sabendo do seu treinamento
solitário em um terreno baldio durante a pandemia?
Nada representa melhor o esporte olímpico brasileiro do que o nosso querido Darlan.
Forjado com muita dedicação, esforço e determinação! E claro, bem pouco suporte.
E é pelo exemplo dele que consigo perceber como se consegue fazer acontecer tantas outras coisas no Brasil.
Na educação, por exemplo. E também na cultura, na saúde, na cidadania, no empreendedorismo…
Para o bem ou para o mal o Brasil é assim. Feito na raça por Darlans.
Os meios e recursos existem, mas quase sempre não são acessíveis para a grande maioria.
Então, brota-se talento do terreno baldio.
A gente vive torcendo com muita fé e amor pelo nosso país.
Durante as Olimpíadas, ainda mais!
Nosso solo é imenso e fértil, muito mais do que o Japão, e ainda temos talento de sobra.
Então, até quando vamos continuar a nos contentar com terrenos baldios?
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João Paulo Rodrigues
Publicitário, redator, sócio-cofundador da We Humans, agência colaborativa. Paulistano, nascido na ZL, Corinthiano, claro. Deixei os gramados em 2015 quando o Vicente, meu filho mais velho, deixou de me convocar para o gol-a-gol. Atualmente comento jogos para minhas duas filhas mais novas, Isadora e Heloísa. Nas horas vagas sou baterista de rock, que tem tudo a ver com futebol.
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