As nuvens cinzas se espalham pelo Globo; a desesperança nos empurra ladeira abaixo; a fé parece algo distante, ópio de poucos; o medo torna-se banal, cotidiano, ingerimos no almoço, com arroz e feijão; os cadáveres sussurram palavras distantes, linguagem fragmentada, estatísticas que fingimos escutar.
Em outro mundo, os pássaros regozijam-se entre a música Clássica e o Baile de Favela de Rebeca Andrade; o Sol brilha como o sorriso inocente de Rayssa Leal; os peixinhos, coloridos e saltitantes, sem a menor cerimônia, acasalam-se com os peixes humanos Ítalo Ferreira, Fernando Sheffer e Bruno Fratus; em outro mundo, o Hino Nacional tem sentido, provoca arrepiamentos, choro, coração batendo forte, bum bum bum bum!
Entre dois mundos, o cronista sente-se feliz e triste; eufórico e deprimido; Patriota e de saco cheio; desesperado e esperançoso; cansado e com orgulho; sonhador e realista.
O cronista sente tudo isso e muito mais.
Coisas da Pandemia.
Coisas que a Olímpiada traz.