imaginar que um programa aplicativo o que seja de aparato de inteligência artificial capaz de compor um poema ? os exoesqueletos e os carros sem ´chauffeur´ ( sou do tempo desse termo pedante ) já estão pelas beiradas mãos biônicas os hologramas onipresentes mas inegável que a ´maneirice´ das dos atletas todas todos todes brasileiros ( qual neutro de gentilícios ?) não são reproduzíveis em modo digital algum ! faz me falta o sem noção de Richarlison Everton ( adoro a inventividade dos pais diante do tabelião ) ante o pênalti mal dado sua precariedade de menino ainda por se fazer craque que é mas falta a tal maturação, maturidade que só o tempo que não se cria por moto contínuo nem combustão espontânea ! já li todo Aldous Huxley possível e só fiquei no lance psicodélico : di vido mesma canseira com o admirável mundo novo …. gosto que me enrosco observar os detalhes semiológicos nas entrelinhas de jogos e jogadores: o meu pensador predileto do dessa tranZmodernidade , Biung-Chul Han consegue páginas e páginas sobre destreza brasileira na depilação e as axilas foram capítulos a parte neste Tóquio 2021 sintomaticamente fora de hora e sem numero redondo . os beijos, os amassos depois das premiações, a máscara de um , os ademanes / cacoetes de nervosismo , todos rituais estranhos de jogadoras e triatletas quanta matéria para cronistas que sempre recorreram a miudezas desde tempos do velho Rubem : passarinho, viagem de ônibus, dificuldade em abrir sardinha em lata ou inabilidade social num jantar de empresa: tudo é magma para a irrupção forçosa de nossa imaginação tirada ‘a fórceps! vida longa a nossos tropeços diante da folha em branco ainda que seja uma tela sedenta: não morra a necessidade de nossa criatividade num mundo sem ritos e sacralidades…
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Flávio Viegas Amoreira
Escritor, poeta, contista, romancista, dramaturgo e jornalista. Nascido em Santos em 1965, atua como agitador cultural em São Paulo, Rio de Janeiro e Litoral Paulista em projetos de discussão de temas ligados a artes de vanguarda, saraus poéticos e oficinas de criação literária. Já lançou 14 livros entre eles: “Maralto”, “A Biblioteca Submergida”, “Contogramas”, “Escorbuto, Cantos da Costa”, “Edoardo, o Ele de Nós”, “Oceano Cais”, “Desaforismos”, “Pessoa doutra margem”. Também participou de diversas antologias de poesia e conto, incluído a “Geração Zero Zero”, antologia que reúne os mais inquietos e inovadores autores lançados na primeira década do século XXI e organizada pelo crítico literário Nelson de Oliveira. Escrevendo para teatro, cronista, atuante em redes sociais com criação literária online e arte digital, Flávio Viegas Amoreira é considerado um dos mais ativos escritores paulistas e agitadores intelectuais da Novíssima Literatura Brasileira.
Crédito da foto: Isabel Carvalhaes
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