Foi com uma declaração apaixonada, de admiração, amor e verdadeira devoção à mãe que a ginasta Rebeca Andrade, ganhadora de medalhas de ouro em salto e prata no individual geral, fechou o Jornal Nacional da noite de hoje, na TV Globo, no mesmo dia em que encerrou sua participação nos jogos olímpicos do Japão. Mesmo tendo sido frustrada a sua última chance de uma terceira medalha, por causa de um pé para fora do tablado, ao som de seu Baile de Favela, ela se demonstrou feliz com o quinto lugar na apresentação solo.
A todo o momento, essa competição tão atípica, que nos provoca uma confusão mental de tempo e espaço, entre Tokyo 2020 e Brasil 2021, também nos apresenta grandes lições de vida.
Os exemplos dos papeis da mãe de Rebeca Andrade e de Mayara Aguiar (bronze no judô), dos pais de Rayssa Leal ou da esposa de Kelvin Hoefler (medalhistas de prata no skate), da avó de Ítalo Ferreira (campeão do surf) e tantos outros vitoriosos em suas empreitadas olímpicas, que parecem ter sido cumpridos de maneira exemplar, com a dosagem certa de apoio, carinho, dedicação, exemplos e cobranças, podem ser conhecidos e seguidos por famílias que nem sempre alcançam sucesso na criação dos filhos ou no relacionamento familiar. É claro que não existe uma fórmula para isso, porque cada indivíduo tem uma característica, cada um tem uma história e trajetória própria, em que o estímulo para um, pode ser um obstáculo para o outro. Porém, são casos que podem ser estudados e vir a servir de norte para quem se sente perdido em sua função.
Fica também a lição para todos de que em uma competição não pode haver apenas ganhadores. Sempre que um ganha, outros irão perder. O aprendizado, então, estaria no que realmente tem valor, tirando as medalhas, o trabalho, o esforço, a dedicação, a disciplina, os treinos, a teimosia de não desistir perante as derrotas. Um dia se perde, mas quem perde também ganha experiência, que pode ser usada para, quem sabe através dela, um dia se chegar ao topo.
Do momento que vivenciamos nesse período de competições pode-se tirar também que nada precisa ser igual, que as coisas, como um evento olímpico, podem ser adaptadas para as diferentes situações e necessidades. De alguma forma, elas trarão resultados. Sejam eles de ouro, de prata, de bronze ou de outros materiais ou bens, nem sempre palpáveis, mas de igual ou de maior importância.
Compartilhar:
Fátima Gilioli
Fátima Gilioli é jornalista e escritora, autora do livro “Código 303 Uma reportagem sobre o alcoolismo, a doença da negação” e da distopia “#EsseFuturoNão!”. Tem participação em antologias como: Mar Infinito, A Rua dos Versos, Cadeira de Mulher - Crônicas, Contos e outros Pontos... Atualmente ocupa a cadeira nº. 18 da Academia Guarulhense de Letras. Ministra palestras sobre Alcoolismo, organiza encontros literários e saraus. Visita escolas, falando sobre escrita literária. Faz trabalhos de revisão de textos e é responsável pelo conteúdo do blog VamosComentar1@blogspot.com.
Todas as crônicas
Curta nossa página no Facebook e acompanhe as crônicas mais recentes.
Crônicas Recentes.
Caio Junqueira Maciel
08/09/2024
José Guilherme Vereza
06/09/2024
Joel Silva
05/09/2024
Caio Junqueira Maciel
05/09/2024
Borny Cristiano So
03/09/2024
Caio Junqueira Maciel
03/09/2024
Caio Junqueira Maciel
02/09/2024
Daniella Cortella
31/08/2024
Fátima Gilioli
29/08/2024
Toninho Lima
29/08/2024
Alexandre Brandão
29/08/2024