Engatinhando

Engatinhando
Domingo passado eu fui à feira. Sempre tive uma birra de feira, pois morei em frente a uma cujos feirantes me acordavam de madrugada com a montagem das barracas. Mas isso foi há muito tempo e agora, para seguir uma dieta de verduras e legumes, não há nada melhor do que os comprar por lá, onde são mais frescos e com preço acessível (no horário que me acostumei a ir).
Fica a uns seis quarteirões de casa. No começo, eu vinha carregada de sacolas. Mas achei que seria uma ideia melhor comprar um carrinho para trazer as compras. Foi com essa experiência, de voltar para casa manejando o carrinho de feira que me deparei com vários obstáculos que já danificaram por duas vezes as rodinhas em pouco tempo de uso.
Então, imaginei o quanto nossas ruas, nossas cidades, precisam de melhores planos de acessibilidade. Há rampas, em algumas calçadas. Em outras não. De que vale uma rampa para quem está sobre rodas, se na esquina seguinte, ela simplesmente não existirá?
Assisti aos melhores momentos da abertura das Paralimpíadas de Paris 2024 e percebi que o tema central era esse, o quanto a sociedade se diz inclusiva, mas falha na integração das pessoas com deficiência. E essa falha não ocorre só aqui em Guarulhos, no Brasil ou em Paris. O mundo ainda está engatinhando em termo de medidas inclusivas.
E por que não há transmissão das Paralimpíadas na TV aberta? Isso é engatinhar para trás.

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