Foi uma longa, longa, longa cerimônia de abertura. Não consegui ver tudo porque valores mais altos se alevantaram, entre os quais trabalhos que eu tinha que entregar e vacina que eu tinha que tomar – segunda dose, jacarezei de vez.
Mas, do que vi, e não foi pouco, foram mais de duas horas de transmissão, cheguei a algumas conclusões:
– Como sempre, as apresentações artísticas são encantadoras, com oportunidade de a gente ver elementos de culturas diversas, beleza, bom gosto e amor à arte.
– Um atleta argelino recusou-se a disputar uma prova contra um atleta israelense. Isso contraria totalmente o espírito esportivo e o espírito olímpico. Não sabe ele que os Jogos Olímpicos foram recriados para dar vida à união de todos os povos do mundo, independentemente de origem, credo, raça, gênero etc. etc.? Boicotes em tempos passados já mostraram que ali é espaço para a elevação do ser humano à sua essência. Achei muito ruim começar assim.
– Observei que alguns países árabes trouxeram no desfile mulheres com os cabelos à mostra, ou seja, respeitaram aquelas que não professam a fé numa religião que proíbe isso. Havia também mulheres com a cabeça coberta, ou seja, respeito às diferenças. Disso eu gostei muito!
– A delegação brasileira entrou causando polêmica. Houve quem achasse chinfrim demais a presença de apenas quatro atletas. Da minha parte, achei Bruno e Ketleyn de porta-bandeiras plenamente representativos. E ainda por cima com samba no pé! Sorrisos meus e de quem estava assistindo…
– Fiquei sabendo que a Suazilândia agora se chama Essuatini. Que ótimo! Como não sabia nem que esse país existia, incorporei essa informação ao meu HD externo, já que no disco rígido não cabe mais nada.
– Incorporei também Tuvalu, Dominica, Nauru e Vanuatu, países que eu igualmente desconhecia. Todo mundo sabe que o esporte admite mais países que a própria ONU. E inventa meios de incluir, como ao aceitar a Palestina, uma delegação de refugiados (foto) e os atletas “limpos” do Comitê Olímpico Russo, já que a Rússia foi excluída por doping.
– Todo mundo falou que a ordem alfabética seguida era a japonesa, mas não houve um jornalista com a feliz ideia de explicar essa ordem e de avisar que o Brasil seria o 151º a entrar. Faltou informação, hein, pessoal?
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Clara Arreguy
Clara Arreguy é jornalista e escritora. Mineira de Belo Horizonte, mora em Brasília desde 2004. Trabalhou nos jornais Estado de Minas e Correio Braziliense, na revista Veja Brasília, em assessorias de imprensa de empresas e governos. Tem 32 livros publicados. Vários deles falam sobre esportes: o romance "Segunda divisão" (Outubro Edições, 2023), o volume de contos "Sonhos olímpicos" (Editora Franco, 2014), o volume de crônicas "Futebola" (com Fernanda de Aragão, Outubro Edições, 2020) e o e-book "Chico Paquequer, a football tale" (www.outubroedicoes.com.br). (Foto: Eugênia Alvarez).
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