De BH pro mundo, o Minas

Quando eu era pequena em Belo Horizonte, a gente era sócia do Minas. O famoso clube ocupava dois quarteirões no bairro de Lourdes (ocupa ainda), com piscinas, quadras, restaurante, ginásio, um mundo de atrações esportivas e culturais no coração da cidade.
Ao mesmo tempo, como meu pai era funcionário do Banco do Brasil, frequentávamos também a AABB, cuja sede campestre ocupava na Pampulha uma vasta extensão cercada de bosques, campos, piscinas, estacionamentos, um mundo que explorávamos com alegria e aventura na infância e adolescência.
Por darmos pouca atenção ao clube urbano naquela época, e também devido aos custos pesados pra um pai de família de nove filhos, meu pai acabou vendendo a cota do Minas. Pouco depois nos caiu a ficha de que aquela seria uma perda irreparável. Logo em seguida o MTC construiria sua nova sede, na Serra, num espaço bem mais amplo que a antiga, histórica, e o valor da cota se tornaria estratosférico, muito além das nossas possibilidades. Lamentamos, sofremos, mas vida que segue.
Tudo isso pra contar que na minha cidade e no meu estado, todo mundo é um pouco torcedor do Minas. Não importa se você é atleticano, cruzeirense ou americano, seu peito se enche de orgulho ao ver um atleta do Minas, seja nadador, jogador de vôlei, o que for, brilhar num certame mundial como os Jogos Olímpicos.
No dia em que o Fernando Scheffer faturou seu honroso bronze, meus olhos brilharam de alegria. O Minas é a Belo Horizonte pouco mais que centenária. Seu edifício-sede principal é um exemplar da arquitetura art déco dos anos áureos de BH, assinado por Rafaello Berti, um italiano que encheu a jovem capital de modernidade.
Meu muito obrigada ao gaúcho Fernando Scheffer por mais uma vez elevar o nome do Minas, de Minas e de Belo Horizonte aos pódios do esporte olímpico.

Compartilhar:

Curta nossa página no Facebook e acompanhe as crônicas mais recentes.