Duelo brasileiro em águas tranquilas

Nas Olimpíadas de Paris 2024, onde o brilho das luzes da cidade se encontra com a serenidade das águas do Rio Sena, dois brasileiros fizeram bonito nas ondas do Taiti. Gabriel Medina e João Chianca se enfrentaram hoje rumo à semifinal do surfe, e o mar, com suas ondas tímidas, parecia estar em desacordo com essa disputa tão intensa.
Em um dia onde o céu azul contrastava a vastidão das águas, Medina e Chianca entraram na água com a determinação de quem carrega nas costas o peso de um país apaixonado pelo esporte. As pranchas reluziam sob o sol do Taiti, e a torcida, embora distante das praias brasileiras, fazia-se presente conectados em suas telas.
Mas o mar, ah, o mar… Diferentemente das ondas gigantescas e dos tubos extraordinários apresentados há três dias nas oitavas de final, parecia estar em uma espécie de greve. Ondas pequenas e hesitantes pareciam brincar de esconde-esconde, desafiando os dois surfistas a mostrarem todo o seu talento em condições adversas. Era como se o próprio mar estivesse dizendo: “Hoje não, rapazes, não quero ver vocês competindo entre si.”
Gabriel Medina, tricampeão mundial, com sua experiência e técnica apurada, não se deixou abater. Cada manobra, cada corte na onda, era executado com a precisão de quem já venceu grandes campeonatos. Já João Chianca, o jovem talento, mostrou que não estava ali para apenas participar. Suas acrobacias e ousadia nas ondas faziam a torcida vibrar, mesmo que as ondas estivessem mais para marolas.
Enquanto os dois competiam, o mar, em sua calma quase filosófica, assistia a tudo como um espectador silencioso. Talvez desaprovando, talvez apenas curioso, mas certamente presente.
No final, Medina conseguiu avançar para as quartas de final, mas não sem antes trocar um abraço sincero com Chianca. Aquele gesto simbolizava mais do que uma competição; era o respeito mútuo entre dois grandes atletas e a certeza de que o surfe brasileiro continua a ser uma força imbatível. Vamos rumo ao ouro.
— Vai que é tua, Medina!

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