Nessas Olimpíadas vimos de tudo. Ainda que em meio à disputa pelo ouro e as melhores posições, um ato de sororidade não poderia passar despercebido. No auge da competição, em meio à adrenalina e à tensão, um instante de humanidade roubou a cena na quadra de handebol. Tamires Morena, jogadora brasileira, protagonizou uma cena que vai além da busca por medalhas e coloca em evidência o verdadeiro espírito olímpico.
Tudo aconteceu durante uma acirrada partida entre Brasil e Angola. Albertina Kassoma, pivô angolana e referência do time com seus 1,92 metro e 105 quilos, sentiu uma dor intensa que a impediu de continuar no jogo. Com dificuldades até mesmo para deixar a quadra, sua presença se tornou um desafio inesperado.
O que tornou a cena ainda mais marcante foi o fato de haver diversos homens no local, incluindo membros das comissões técnicas e outros jogadores, mas nenhum deles se dispôs a ajudar. Em meio a essa indiferença, Tamires, sem hesitar, demonstrou um gesto que transcende qualquer rivalidade. Com seus 1,80 metro e 77 quilos, a brasileira se aproximou, abaixou-se e, sem titubear, carregou Albertina até o banco de reservas. A diferença de altura e peso era significativa, mas nada disso importou naquele instante. A cena foi um verdadeiro retrato da solidariedade e do companheirismo que os Jogos Olímpicos celebram.
Esse momento de generosidade espontânea não passou despercebido. A imagem de Tamires carregando Albertina foi amplamente compartilhada, simbolizando que o verdadeiro ouro dos Jogos está nos gestos de empatia e apoio mútuo. Em um evento onde a competição é intensa e cada detalhe conta, Tamires lembrou ao mundo que a essência dos Jogos Olímpicos reside na união e no respeito entre os atletas.
Enquanto as equipes lutavam por um lugar no pódio, Tamires mostrou que algumas vitórias não são contadas em medalhas, mas em atitudes que fazem a diferença. Seu gesto simples e ao mesmo tempo grandioso reafirma que, no esporte e na vida, a grandeza está em ser humano acima de tudo.