Vocês conhecem o Ricardinho Alves?
Carol Santiago?
Daniel Dias?
Terezinha Guilhermina?
Gabriel Araújo?
Mariana D’Andrea?
Vocês, caros leitores, conhecem algum dos 280 brasileiros que compõem a delegação que nos representará nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024?
Pois não, mas deveriam.
Todos os brasileiros acima são medalhistas paralímpicos, quem mais poderiam ser?
Os Jogos Paralímpicos tiveram a primeira edição em Roma em 1960. Apenas em 1992, em Barcelona, as Olimpíadas e Paralimpíadas tiveram organização articulada entre seus comitês representativos para não parar mais. Desde 2008, figuramos entre os 10 primeiros colocados no ranking de medalhas. Nas duas últimas edições, Rio-2016 e Toquio-2020 (21) chegamos às 72 medalhas em cada uma das edições, sendo 22 ouros nas terras nipônicas.
Somos potência paralímpica no mundo e você não sabe.
Você sequer se interessa por aquela deficiente visual com seu cão guia que almoça no mesmo horário que você. Jamais imagina que aquele advogado que anda de terno pelos corredores da Justiça é deficiente físico, mas também não desconfia que a funcionária do RH tem paralisia cerebral.
Todos eles, ora trabalhadores, ora atletas; na maioria das vezes, invisíveis aos nossos olhos. Sem nome nem sobrenome.
Somos preconceituosos em essência por e naquilo que nos diferencia.
Por duas semanas, os holofotes do mundo esportivo se voltam a estes super humanos. As mídias e redes sociais valorizarão estes verdadeiros super-heróis, mas o que virá depois?
Será que o jogador de basquete em cadeira de rodas ainda precisará pedir ajuda nos faróis da Praça Pan-Americana?
Será que o Hino Nacional tocará dezenas de vezes em Paris -2024 para que no dia seguinte esqueçamos o nome do brasileiro?
Será que novamente tudo não passará apenas como um sonho de uma noite de verão shakespeariano?
Será que a mudança não passa por você lá no seu trabalho?
Desafie-se!
Inspire-se!
Mire-se na coragem destes bravos humanos!
Seja você, amigo leitor, também um incentivador do esporte paralímpico nacional!