A gente não usa mais dicionários e aqueles de papel devem sobrar empoeirados pelas poucas livrarias físicas que ainda existem. Tudo bem, nossos pávidos alunos escolares ainda carregam o Mini Aurélio em suas mochilas, mas parece que não temos mais aquela curiosidade em entender o real significado de cada palavra e a sua importância na construção de uma estória.

Em tempos de Jogos Paralímpicos, seriam eles Paraolímpicos? Professor Pasquale talvez nos ensine que o correto seria o termo Parolímpico. Se deixarmos a questão linguística e as explicações do professor de lado, mudamos a denominação de Paraolimpíada para Paralimpíada após determinação do Comitê Paralímpico Internacional (CPI) lá pelos idos de 2011, quando se entendeu pela padronização mundial do termo.

Surgem as Paralimpíadas, Jogos e Atletas Paralímpicos. Com isso, vem a questão semântica da palavra paralímpica, da diversidade, do ser diverso, da inclusão e da superação no ambiente dos Jogos.

Todos atletas treinam, competem e buscam a melhor performance nas suas competições. Na maioria das vezes, eles tentam superar o recorde pessoal. Haveria como diferenciar os sentimentos do nosso Petrúcio Ferreira do Usain Bolt na prova mais rápida do Atletismo?

A questão da diversidade pode até trazer o capacitismo, mas inclui; ser diverso traz a questão da diferença física, porém o suor da superação e a sede de vitória são semelhantes. Daniel Dias tem 27 medalhas nos Jogos, enquanto Michael Phelps, 28. Há diferença entre eles no Panteão dos Esportes?

Em ambos os Jogos, os olímpicos e paralímpicos são esportistas na sua essência, na alma e no coração e, semanticamente, poderiam ser a definição do verbete herói no Dicionário Aurélio.

São mais do que isso. São seres humanos.

Somos seres humanos. Para ou não, somos a mesma Humanidade para o Aurélio e Professor Pasquale. Só precisamos ser mais humanos. Não apenas nas Paralimpíadas, quando as medalhas chovem no nosso quintal.