Nas Paralelas

Nas paralelas

Eles se superam, batem recordes e vivem momentos de pura adrenalina. Nas “paralelas” das Olimpíadas oficiais, são outros profissionais que merecem o pódio.
Como não ficar de boca aberta com aquele pessoal que se coloca no meio da pista de arremesso de martelo, sem capacete, para conferir as marcas dos atletas? Eu não me atreveria nem a assistir da arquibancada. É muita coragem e amor pelo esporte!
E os fotógrafos e cinegrafistas que ficam na beiradinha da pista de skate, correndo o risco de tomar uma pranchada bem no meio da cara? Que o diga o cameraman da prova de Skate Park, que foi atropelado pelo skatista australiano Kieran Woolley.
Os narradores também são um show à parte. Durante a transmissão das provas de atletismo, o jornalista do SPORTV quis elogiar as câmeras exclusivas do canal, mas se atrapalhou e acabou confessando “acho que falei câmeras excrusivas”.
Galvão também teve o seu momento. A disputa de Rebeca Andrade, ou melhor, da RRRRRRRRRRebeca, no Individual geral ganhou um brilho a mais com ele. Bastou a ginasta iniciar a prova na trave para começar a agonia. O homem ficou tão angustiado que virou de costas para a apresentação. Ainda bem que tinha a Daiane dos Santos e o Diego Hypólito para narrar.
E enquanto esperava a nota de uma das apresentações de RRRRRRRRRebeca, a ansiedade foi tão grande que Galvão parecia a gente correndo atrás da professora na escola e perguntando r: “Cadê a nota?” “Cadê a nota?” “Cadê a nota?”.
Errado ele não estava: as provas da ginástica feminina foram realmente um teste para cardíaco.
Já a comentarista Karen Johns parece não ter ligado muito para a bronca que tomou da Globo pelo excesso de espontaneidade na prova de Skate Street. Ao elogiar uma das skatistas durante a prova de Park, mandou um belo de um “É isso aí. Colocou a xereca na mesa!”. E quando o narrador insinuou que ninguém esperava ter duas brasileiras na final, ela não se conteve e respondeu indignada: “Porque ninguém me perguntou, eu achava que teria, sim!”.
Foi nas paralelas que vazou o áudio do momento em que o atleta de vôlei de praia Alison tentava incentivar sua dupla Álvaro de uma forma, digamos, um pouco rude. “Respira! Calma, buceta, caralho” foram as palavras “tranquilizadoras” transmitidas em rede nacional.
E, se os narradores de TV são divertidos, assistir às provas ao lado da minha mãe também é bastante curioso. A cada manobra mais complicada das garotas do skate, vem um “Nossa, que perigo!”, “Essas meninas devem viver raladas!”, “Deus me livre um filho meu fazendo uma coisa dessas”. Eu já estava vendo a hora em que ela pegaria um voo até Tóquio para levar uns casaquinhos e um kit de primeiros socorros para as atletas.
E quando as jovens jogadoras de Hóquei apareceram com seus protetores bucais, veio o desabafo “Umas meninas tão bonitas, com esse troço feio na boca”.
Mesmo sem plateia, uma Olimpíada envolve gente de todo tipo. De mães preocupadas a comentaristas debochadas. Do tiozinho que alisa a areia depois do salto, aos malucos que conferem marcas em meio a martelos voadores. Do choro da Daiane, aos berros do Galvão. Haaaaja coração!

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