Minha torcida amadora

Um jogo de futebol masculino entre Espanha e Uzbequistão abrirá as Olimpíadas de Paris no dia 24 de julho. O início antecipado será no estádio Parque dos Príncipes às 15 horas e a abertura oficial, todos sabem, será na sexta, dia 26 às margens do Rio Sena com desfile de barco e ingressos gratuitos. Também no dia 24, começa o rúgbi de sete, que, assim como o futebol, não contará com a participação de nenhum time masculino brasileiro. Diferente dos homens, as nossas seleções femininas vão participar tanto do futebol quanto do rúgbi. Parabéns, mulheres! Bom saber que temos chances nos dois. Podem ser resultados inesperados, mas a minha torcida amadora busca sempre surpresas.

O Uzbequistaão, logo no primeiro jogo, já pode ser uma , mas falar do país asiático faz a gente lembrar que os meninos do Brasil, que foram medalha de ouro em Tóquio, não conseguiram se classificar do mesmo jeito que o time adulto não seguiu adiante na Copa América. Esquece. Deixa o Uzbequistão, deixa o futebol e muda pro skate ou pro surfe. Melhor falar de esporte com chances reais de trazer medalha. O único problema é o que dizer, se entendo nada de skate e surfe, tanto quanto de rúgbi, esgrima, badminton ou golfe. Meu jeito de acompanhar olimpíadas é meio assistindo quase tudo da areia, pescando as tais surpresas só molhando os pés no mar.

Sobre o surfe, as competições vão acontecer longe de Paris porque a cidade não tem mar. O que espanta é que este longe não corresponde a uma saidinha até as praias da França. Não é percorrer uns 160 km de São Paulo a Maresias ou mesmo uns 450 até o Arpoador no Rio. Para ficar em terras próprias e em busca de emoção, os organizadores escolheram Teahupo no Taiti, mais de 15 mil km distante. O país na Polinésia Francesa é uma ilha com ondas gigantes mais adequadas à competição. A escolha me fez pensar se o espírito olímpico de união dos povos não podia ser mais flexível ou menos nacionalista. Podiam combinar com um país mais próximo e de boas ondas como, por exemplo, Portugal. Não é mesmo? A questão talvez seja outra e passe por exigências do Comitê Olímpico Internacional, dos interesses da Liga Mundial de Surfe ou de algum patrocinador. Vai saber, mas a praia distante faz parte das etapas de competições anuais do esporte e para os brasileiros Filipe Toledo, Gabriel Medina , João Chianca, Luana Silva
Tainá Hinckel eTatiana Weston-Webb deve ser um local bem familiar.

No Skate temos 12 classificados brasileiros nas categorias street e park e grandes chances de medalha. Acho que nem precisa comentar porque o bom mesmo vai ser assistir. Estou pensando é no “breaking”, também nascido nas ruas. Vai ser uma novidade pé no chão desta olimpíada. Uma ideia que bem poderia continuar nas próximas, mas parece que se encerra nessa. Entrou pela regra que permite ao país sede inscrever um esporte à sua escolha. Daí a gente concluir que a França é boa no breaking e ele foi escolhido assim como foi o softbol, o beisebol e o caratê em Tóquio e será o flag football (uma variante do football americano), o lacrosse (um jogo de contato com bastão e bola) o críquete e o squash em Los Angeles 2028.

A dança urbana, que virou esporte, exige pouco mais que um bom calçado, umas roupas grandes, prescinde de equipamentos ou ferramentas e pode ser praticada na pracinha ao lado de casa. Tem brasileiro bom na pista, mas é uma pena que também estamos fora. Se for sucesso, talvez volte em 2032 em Brisbane na Austrália. Quando soube que a música tocada é surpresa e este é o único esporte em que os juízes têm que se apresentar para os atletas e espectadores, a curiosidade aumentou. As competições serão logo cedo nos dias 9 e 10 de agosto e vai dar até vontade de fazer pipoca no café da manhã. Vamos aguardar.

Acho que é isso, meus poucos e queridos leitores. Dia 24 começa. Dia 26 é oficial e logo mais a gente acha o que falar. As novidades sempre aparecem. Por enquanto, dadas as notícias recentes, só pensando, com olhos lá em Los Angeles 2028, quem vai ser a Rainha Louca do Críquete.

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