Hoje foi um dia intenso, seja o olímpico, em Paris, ou o meu no qual travo minhas guerras de Troia, sem que haja uma Helena que a justifique. Para ser sincero, existe uma Helena, minha filha, mas não é ela que me joga nas batalhas, ao contrário, ela me tira.
Mas vamos ao dia olímpico. Aliás, não sei como começou. Derrota no vôlei feminino de praia? Ou isso foi ontem? Esqueçamos as derrotas, pois houve, nesse dia intenso, a passagem da Rebecca, ouro no solo, tombo em outros aparelhos, que, aliás, derrubaram também a craque americana, Simone Biles.
Não quero chover no molhado, mas esses marmanjos do futebol deveriam aprender com a nossa maior medalhista olímpica. Ela tem o que eles não têm: força mental. Já eles têm grana, que ela tem, mas não chega nem no chulé da poupança mais reles de um daquela turma.
O que me impressiona na ginástica feminina artística é a forma como as meninas encaram a rivalidade. Como? Ora, como uma circunstância da competição. Uma se alegra com a passagem da outra. Hoje no pódio, as duas americanas, prata e bronze, reverenciaram nossa Rebecca como se ela fosse uma divindade. O que ela é, mas as americanas também são. Ou alguém vai dizer que a Biles não transita entre os deuses do Olimpo. Pergunte a Zeus.
O vôlei masculino de quadra levou um chega pra lá dos americanos. Não foi um fiasco, nosso time está em fase de transição, em breve eles voltam com tudo. Já a dupla número um do mundo no vôlei feminino de praia, com as jogadoras Ana Patrícia e Duda, despachou as japonesas e seguiu para as quartas.
Pena foi a Sátila, na canoagem Slalon, não ter passado da semifinal e faturado uma medalha. Ela merecia, pois entrou doze vezes nas águas, em provas diferentes. Além disso, espero que não me levem a mal, ela é mineira, e eu também. Em Minas, a gente não é deus, mas sabe fazer pão de queijo, que, se os deuses provassem, deixariam de lado aquela tal de ambrosia (que, aliás, também se faz em Minas, não sei se com a mesma receita).
Mas decepção, decepção mesmo foi o que aconteceu com o Medina. Não com ele, mas com as ondas que o deixaram a ver navio. Poseidon nos deve uma explicação. Não duvido que seja uma pinimba menor, ciúme divino gratuito. A gente conhece esses deuses. Agora, o busilis é com o Medina, pois não demorou muito o mar produziu as ondas que Weston-Webb, nossa surfista (apesar desse sobrenome made in não sei onde), precisou para garantir seu nome na final. Enquanto escrevo, a disputa ainda não começou. Ah, agora já sei que ela foi prata. O Medina, bronze.
O fato é, meus amigos, que as atletas tão dando o recado pelo Brasil. Viva Bia Souza, viva Rebecca Andrade. Um viva pra mim também, pois venci esse dia nada olímpico, mas que não vem ao caso esmiuçar por aqui.