Parece que o que dá certo para nós é um Brasil paralelo.
Se conseguimos ficar no quinto lugar entre as grandes potências mundiais nos Jogos Paralímpicos, temos potencial para outras modalidades. Seria o Paraíso.
Digamos que haja também jogos como:
Parasita: ganharíamos, na certa, pois chupim é o que não nos falta.
Parasselênio: olha que nome bonito: é o círculo em torno da Lua: somos gente dada à serenata, ao romantismo, à contemplação das noites lunares.
Parati: quem ganharia da gente na arte de beber cachaça? E com direito de ir a uma bela cidade do litoral fluminense.
Paracatu, Paraíba: localidades que têm nomes indígenas e que significam exatamente o contrário uma de outra: a cidade mineira tem nome indígena que significa rio bom; já o Estado nordestino significa rio ruim. Somos bambas nos contrastes.
Paradoxo: e, mais do que contraste, quem ganha da gente nos paradoxos? Não se lembram da máxima de Tim Maia que aqui a prostituta se apaixona, o cafetão tem ciúme, o traficante se vicia e pobre é de direita.
Paráfrase: como é difícil a originalidade de nossos oradores, a maioria usa das paráfrases, ninguém toma nossas medalhas nesse setor.
Parafuso: não falo do objeto, mas de uma dança sergipana.
Paração: com tanto engarrafamento, toda hora a gente está parado na pista, sem falar a falta de sincronia entre sinais de trânsito.
Parataxe: essa é para terminar, pois se trata de um termo gramatical que se deve a uma construção assindética de um período. Tipo assim: Cheguei, vi, venci. E vencemos mesmo.
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Caio Junqueira Maciel
Caio é o nome literário de Luiz Carlos Junqueira Maciel, nascido em Cruzília, em maio de 1952. É mestre em Literatura Brasileira pela UFMG, onde dissertou sobre a poesia de Dantas Mota. Publicou livros de ensaios, poemas, contos, crônicas e tem parcerias em vários Cds como letrista do compositor Zebeto Correa, com quem compôs o álbum Trilhas da Literatura Brasileira. Autor do livro Floresta, pela editora Conceito, na coleção “BH: a cidade de cada um”. Viveu em Portugal, daí resultou seu romance Um estranho no Minho. Aposentado, vive em Sabará, MG.
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