À bientôt, Paris-2024!

2016 foi fantástico; 2020 (21), pandêmico. Paris-2024, uma verdadeira revolução.

Os últimos dias passaram rápido e de forma intensa. No meio da Marselhesa, só podíamos esperar uns Jogos Olímpicos diferentes. Aliás, Diversos, representando da melhor forma a Liberté, Égalité e Fraternité. Desde a cerimônia de abertura, Paris vinha para ser as Olimpíades.

Mares sem ondas lá no Taiti; Rio Sena meio escuro; o Snoopy Dog e seus rolês aleatórios; veio o Breaking. Tivemos cenas (fotos) icônicas e a Torre Eiffel coroando nosso ouro no vôlei de praia. No final, tivemos a maior igualdade de gênero numa competição esportiva. No meio, a primeira medalha da equipe olímpica de refugiados com Cindy Ngamba no boxe.

Pelo Brasil brasileiro, dividimos as telas dos computadores com as televisões, tabletes e celulares. Foram as Olimpíadas das inovações tecnológicas.

Choramos juntos. Reclamamos dos juízes. Quisemos chutar o VAR. Conhecemos atletas desconhecidos. Conhecemos atletas já famosos.

Torcemos.

Paramos nosso cotidiano pela delegação brasileira.

Fomos 123 atletas brasileiros. Fomos 153 atletas brasileiras.

Descobrimos a grave doença da Nathalie Moellhausen na hora da esgrima.

Nadamos com o cachorrão Guilherme Costa.

Dividimos a raquete com o Hugo Calderano.

Fizemos o mapa do Brasil com o Caio Bonfim.

Trouxemos o Senna de volta com o Pepê Gonçalves.

Sentimos a dor da panturrilha da Victoria Borges na Ginástica Rítmica.

Ficamos com medo do olhar de predadora da Rafa Silva.

Fomos porta bandeira com Isaquias Queiroz. Dias depois, remamos com ele.

Comprei a camisa da Seleção de Rugby para torcer pelas Yaras da porta bandeira Raquel Kochhann. Virou a minha camisa do Brasil.

Sonhamos um sonho no basquete contra o Dream Team.

Fomos um arqueiro medieval com Marcus D´Almeida.

Não aceitamos as desculpas dos atletas brasileiros, pois eles jamais deveriam se desculpar de algo. Concordamos e discordamos do Miguel Lopes Hidalgo sobre o 10º lugar no Triatlo.

Quisemos um pedido de casamento no meio de Paris, né, dona Camilla?

Fizemos memes com a Ana Sátila.

Desafiamos a natureza com o Medina e a Tati.

Ralamos o joelho com o Japinha.

Saltamos as barreiras da vida com o Piu.

Tiramos sangue do suor com a Flavinha Pereira.

Cravamos na ponta da rede com Gabi; bloqueamos com Thaísa; elegemos o Zé Roberto como nosso maior treinador de todos os tempos.

Levamos o ouro e a bandeira brasileira no encerramento com Ana Patrícia e Duda.

Voamos com a Rayssa.

Voamos.

Não somos potências olímpica, embora tenhamos potencial humano para ser. Nosso bronze tem sabor de ouro. Nossa prata tem o sentimento do ouro. Nosso ouro tem o orgulho de vencer todas as adversidades.

Foram 20 medalhas. Nossos ouros vieram das mulheres. Cantamos o Hino Nacional apenas com elas.

Olimpíadas é uma menina ainda pré adolescente que cresce no meio do Brasil. Ela não é grega, mas simplesmente uma Brasileira que luta bravamente no meio desta imensidão. Luta como mãe, como filha, como neta e tia. Luta como trabalhadora. Luta como esportista. Luta contra todos os preconceitos que as mulheres ainda sofrem neste país.

Os Jogos Olímpicos são a maior festa mundial. Paris-2024 entrou para a história. Não sei se a História dirá que foi a maior, mas, certamente, escreverá que tivemos uma revolução.

A cortina se fecha e encerra o primeiro ato da Revolução Francesa dos Esportes.

Celebramos os Esportes.

Parabéns, Paris!

Congratulations, Paris!

Félicitations, Paris!

Saem de cena os atletas. Daqui alguns dias, chegarão os super-heróis. Quais serão as crônicas que nos trarão novas inspirações?

Que venham as Paralimpíadas em Paris-2024!

Que venha, L.A., lá em quatorze de julho de dois mil e vinte e oito.

Compartilhar:

Curta nossa página no Facebook e acompanhe as crônicas mais recentes.