OLIMPÍADAS OLÍMPICAS 4: TÉRMINO DO ENCERRAMENTO – A FINAL, AFINAL

Muito bem, a pobretada imigrante já está se preparando para voltar às margens do Sena: acabaram-se as Olimpíadas e o bando de atletas já pode voltar pra seus respectivos países e pro anonimato pelo menos mais quatro anos, quando a turma volta a se encontrar, dessa vez em Los Angeles, esta típica cidade americana, a começar pelo nome, tão inglês.

Por falar em nome, vocês sabem a origem do termo Olimpíadas? Não tem nada a ver com a Grécia. Na verdade, as primeiras Olimpíadas foram disputadas em Lisboa, no ano de 1500. Ainda não havia o Comitê Olímpico nem patrocinador e os atletas eram todos homens. As mulheres, nessa época, ficavam só pisando uva pra fazer vinho. Pisavam bacalhau também, mas a receita para o bolinho só seria inventada um século depois. E os atletas faziam uma vaquinha e dividiam todas as refeições na Pensão da Dona Olímpia, que ficava em frente à Torre de Belém. A frota de Pedro Álvares Cabral partiu dali apenas para participar de uma prova de remo, mas se perdeu a acabou descobrindo o Brasil.

E por falar em Brasil, as equipes brasileiras já marcaram seu voo de volta. Ficou acertado que quem ganhou medalhinha vem na primeira classe. Ou seja, só deu a mulheradas por ali, né?

Como todo mundo sabe, as Olimpíadas foram criadas para promover a paz entre a humanidade. Foi por isso que nesse mês de julho não houve nenhum bombardeio em Gaza, não jogaram nem uma granada na Ucrânia, nem deram um tirinho sequer no Complexo da Maré e não soltaram nem um buscapé em nenhum país da África. O planeta foi praticamente um jardim de infância. E é nesse clima de harmonia e paz que eu me despeço, prometendo voltar daqui a quatro anos na cidade olímpica de The Angels.

(Cesar Cardoso é escritor e só não virou imortal porque já morreu e não sabe.)

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