Queria ter sido convidado para o casamento da Bia Souza. Pela foto que rodou nas redes (anti)sociais, provavelmente, foi muita animada, onde o casal casou de tênis e o marido, também de bermuda. Daniel Souza, aliás, viralizou por aí com seus vídeos após a medalha dourada no Judô, esbanjando animação e simpatia. Facilmente, eu os escolheria como o casal símbolo do esporte brasileiro. De um lado a timidez de uma Bia diante da extroversão de um Daniel, encaixe perfeito que somente caberia dentro de um coração.
Em sua primeira participação olímpica, Bia era apenas a quinta no ranking mundial, mas surpreendeu. Bravamente, hipnotizou suas adversárias, cativando o país com seu sorriso meio “Mona Lisa”. Era nosso primeiro ouro em Paris-2024.
O ouro trouxe a coroação na sexta-feira; no dia seguinte, tinha a disputa por equipes, quando ajudou os companheiros a conquistar mais uma medalha.
Você sabia que a Bia foi a primeira mulher brasileira estreante nos Jogos Olímpicos a ser campeã em provas individuais?
Eu não sabia, mas queria descobrir onde a Bia Ferreira comprou aquela bandana com as cores da bandeira nacional. Em Tóquio-2020, Bia já tinha medalhado; novamente, agora em Paris-2024. Prata e bronze, respectivamente, prometeu que traria sua segunda medalha e assim o fez.
Você sabia que Bia é a atual dona do cinturão do peso leve da Federação Internacional de Boxe?
Eu não sabia.
Você sabia que o pai da Bia era judoca? Você sabia que o pai da outra Bia também era pugilista?
Fiquei sabendo agora.
Só conhecemos nossos atletas olímpicos de quatro em quatro anos, quando efetivamente damos atenção em nosso dia a dia. Quando a TV fala; quando as redes propagam, quando as Bias ganham medalhas.
Em Paris-2024, conhecemos o Mundo de Bia.
Conhecemos as Bias. Se Bia é ternura, Bia também sabe fazer cara de mal. Se Bia é bossa nova, Bia também é rock’n roll.
Se uma é Souza; a outra, Ferreira. Poderiam ser Silvas, mas simplesmente são sublimes, como duas Bias.