POR VIA DAS DÚVIDAS, EU USARIA MÁSCARA E RESPIRADOR.

Ok, eu fiquei sabendo que o governo Macron investiu 1 bilhão e meio na despoluição do Rio Sena. Mas, pelo depoimento de alguns atletas, sobraram alguns corpos estranhos boiando em suas águas. Deve ter sido complicado para quem estava competindo no triatlo encarar aquelas águas de espírito totalmente desarmado. Correndo o risco de fazer, involuntariamente, contato com o âmago da mais pura cultura francesa. Imagino essa prova como prova de obstáculos. Fora as águas geladas, claro. Não posso deixar de relembrar os pratos prediletos da gastronomia e seus molhos e temperos gordurosos. O parisiense devora suculentos nacos de boeuf bourguignon e engole dúzias de escargots antes de se recolher ao lar. Nem precisamos contabilizar as andouillettes, esses enchidos que são a pérola da culinária campestre. Consiste em dois terços de intestino, um terço de barriga e estômago, cebola, sal, pimenta, noz-moscada e vinho branco ou champanhe dependendo do açougue. As tripas são cortadas longitudinalmente e a andouillette é vestida à mão com uma capa de tripa natural. Depois é amarrado nas duas pontas. Delícia, né? E lá se vão os franceses ao quarto de banho, entulhados dessas iguarias. E lá se vão os pobres atletas de triatlo mergulhar em um Rio Sena infestado de deliciosos coliformes gastronômicos. Pelo sim, pelo não, uma atleta belga comentou: “Engoli muita água, que não tinha o melhor gosto. Além disso, vi e senti coisas”. Imaginou? Pois é. Vamos aguardar os resultados. Não os das medalhas, mas dos possíveis exames médicos desses heróis olímpicos. Se as andouillettes já são difíceis de encarar recém preparadas, imagine depois de devidamente reprocessadas. Très dégoûtant!

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